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Bolsonaro diz que governo vai divulgar 'caixas-pretas' de gestões anteriores

Por Guilherme Mazui, Luiz Felipe Barbiéri e Alexandro Martello, G1 — Brasília

Jair Bolsonaro participa da cerimônia de posse dos presidentes dos bancos públicos — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jair Bolsonaro participa da cerimônia de posse dos presidentes dos bancos públicos — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (7), em uma cerimônia no Palácio do Planalto, que não admitirá nenhuma "cláusula de confidencialidade pretérita" no governo dele, referindo-se ao fato de que pretende dar publicidade a atos e contratos de gestões anteriores.

Mais cedo, no Twitter, ele disse que a equipe dele está levantando a "caixa-preta" do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outros órgãos públicos federais. Na rede social, ele já havia ressaltado que, na medida em que as informações sigilosas de governos passados forem sendo apuradas, serão divulgadas.

Jair M. Bolsonaro
@jairbolsonaro

Com poucos dias de governo, não só a caixa preta do BNDES, mas de outros órgãos estão sendo levantados e serão divulgados. Muitos contratos foram desfeitos e serão expostos, como o de R$ 44 milhões para criar criptomoeda indígena que foi barrado pela Ministra Damares e outros.

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Bolsonaro participou nesta manhã da solenidade de posse, realizada no Palácio do Planalto, dos novos presidentes da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDES. O banco de fomento brasileiro será presidido pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que comandou a economia do país no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

 

"Transparência acima de tudo. Todos nossos atos terão de ser abertos ao público, e o que ocorreu no passado também. Não podemos admitir que, em qualquer uma dessas instituições, tenha qualquer cláusula de confidencialidade pretérita", discursou o novo presidente da República na cerimônia.

 

Segundo Bolsonaro, não haverá na gestão dele perseguição a gestores de governos passados, porém, atos e contratos de bancos públicos que estavam em sigilo classificados como confidenciais vão se tornar públicos.

"Aqueles que foram a essas instituições [bancos públicos] por serem amigos do rei buscar privilégios, ninguém vai persegui-los, mas esses atos, essas ações, esses contratos tornar-se-ão públicos”, complementou Bolsonaro.

Ele também disse no discurso que, a partir de agora, verba federal que for liberada para ONGS sofrerá "um rígido controle".

Em outro trecho do discurso, Bolsonaro voltou a dizer que o governo dele não pode errar, sob o risco de a oposição retornar ao poder.

“Não podemos errar. Se errarmos, vocês bem sabem quem poderá voltar. E as pessoas de bem, que foram a maioria que acreditaram naquilo que pregamos nos últimos anos, não poderão se decepcionar conosco”, declarou.

Namoro com Paulo Guedes

A solenidade de posse dos presidentes de bancos públicos é o primeiro evento público em que Jair Bolsonaro apareceu ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, após o episódio da semana passada no qual o presidente da República gerou apreensão na equipe econômica ao declarar à imprensa que ocorreria um reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e uma redução do Imposto de Renda (IR).

Horas depois de Bolsonaro fazer o anúncio na última sexta (4), integrantes da área econômica vieram a público para informar que não ocorreria reajuste do IOF e nem seria concedido imediatamente uma redução do IR dos contribuintes que ganham salários mais altos.

No final do dia, o ministro-chefe da Casa Civil, concedeu uma entrevista coletiva em que admitiu que o chefe do Executivo "se equivocou" ao passar aos jornalistas as infirmações sobre os tributos.

Em meio ao discurso desta segunda-feira, Bolsonaro elogiou o ministro da Economia, agradeceu a confiança que Paulo Guedes depositou nele e destacou que deu "total liberdade" para o subordinado montar a equipe econômica.

"Começamos a namorar, no bom sentido [com Paulo Guedes]. Eu fui me fortalecendo ao lado dele. Algo que parecia que não ia acontecer, por tradição da política brasileira, na verdade, ela se concretizou”, brincou o presidente, lembrando da aproximação com o atual ministro da Economia antes mesmo da campanha eleitoral.

"O senhor Paulo Guedes e os outros senhores ministros tiveram a liberdade de escolher todo o seu primeiro escalão. Sem qualquer interferência política", enfatizou.

Verbas publicitárias

Jair Bolsonaro declarou no discurso que pretende "democratizar" as verbas publicitárias do governo federal. De acordo com o presidente, "nenhum órgão de imprensa terá direito a mais ou menos" recursos do que outros no que o Executivo vier a gastar com publicidade.

 

"Nós queremos sim que cada vez mais sejam mais fortes e isentos. [...] A imprensa livre é a garantia da nossa democracia. Vamos acreditar em vocês, mas essas verbas publicitarias não serão mais privilégio da empresa A, B ou C", disse o o chefe do Executivo a plateia de convidados que lotava o salão do Palácio do Planalto. portal g1

 

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