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Agência também vê risco maior sobre a dívida interna

Um dado que chamou muita atenção no rebaixamento do Brasil pela S&P foi que a agência igualou o rating dos títulos em moeda estrangeira e o rating dos títulos em reais do governo brasileiro. Agora, ambos estão em nível especulativo, dois degraus abaixo do grau de investimento. Isso que dizer que, para a S&P, cresceu o risco de calote do governo não só na dívida externa, mas também na dívida interna, ou seja, para todos os investidores brasileiros que carregam títulos públicos.

A agência justifica o rebaixamento de várias formas. Diz que o processo de impeachment tirou força política da presidente Dilma para aprovar reformas fiscais, e que as investigações da Operação Lava-Jato também diminuem a coesão da base aliada. Além disso, acredita que em breve o governo vai anunciar uma redução da meta de superávit primário para este ano, como já vêm noticiando vários jornais, com a ideia da meta flexível do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

Outro ponto que chama atenção é a dívida da Petrobras, que já chega a 7% do PIB. Caso a estatal tenha problemas de solvência, a S&P diz que muito provavelmente o governo brasileiro terá que injetar dinheiro na companhia, o que vai agravar a situação fiscal.

A agência prevê déficit nominal de 8% do PIB para 2016 e 2017, com déficit primário de 1% em ambos os anos, e uma escalada da dívida bruta para 74% do PIB até 2018. Para o PIB, as estimativas são de retração de 3% este ano, e recuperação de 1% no ano que vem. Como o "outllook" continua negativo, a agência diz que há chance maior do que 33% de um novo rebaixamento quando voltar a olhar a nota de crédito do país.

POR ALVARO GRIBEL

 / O GLOBO

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