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Primeiro debate da eleição 2018 reúne 8 presidenciáveis por mais de 3 horas na TV

Oito candidatos à Presidência da República participaram na noite desta quinta-feira (9) de um debate na TV Bandeirantes. O debate durou 3 horas e 13 minutos e terminou na madrugada desta sexta (10).

Por sorteio, os candidatos ficaram posicionados na seguinte ordem (da esquerda para a direita): Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT).

Antes do início do debate, o mediador Ricardo Boechat informou que a organização convidou o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso. Mas ele foi impedido pela Justiça de participar.

Durante o encontro, os postulantes apresentaram propostas sobre emprego, educação, segurança pública, desenvolvimento, juros, aborto, entre outros pontos.

 

O debate foi dividido em cinco blocos:

  • Primeiro bloco: questionamento de leitores do “Metro Jornal” e perguntas entre os próprios candidatos.
  • Segundo e quarto blocos: perguntas de jornalistas do Grupo Bandeirantes.
  • Terceiro bloco: perguntas entre candidatos.
  • Quinto bloco: considerações finais.

Propostas

Conheça abaixo, as falas na íntegra, sobre propostas apresentadas pelos candidatos em respostas a perguntas que receberam durante o debate. Para cada pergunta, o tempo de resposta foi de 1 minuto e 30 segundos.

A ordem dos candidatos abaixo obedeceu a posição (da esquerda para a direita) reservada a cada um pelo sorteio da organização do debate.

 

O presidenciável Alvaro Dias (Podemos) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução / TV Band)

O presidenciável Alvaro Dias (Podemos) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução / TV Band)

Alvaro Dias (Podemos)

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) -"Em vez de [o BNDES] investir no Brasil e gerar empregos, melhorando nossa infraestrutura e nossa logística, nós, no governo, não permitiremos que o BNDES empreste, sobretudo, para nações comandadas por ditadores corruptos e sanguinários que esmagam seus povos na miséria. Os recursos do BNDES não construirão metrô na Venezuela. Poderão construir em Belo Horizonte, despoluir o Rio Tietê, a Baía de Guanabara, através de parcerias público-privadas, com alavancagem do BNDES, um grande banco."

Venezuelanos no Brasil - "Seria perverso expulsar seres humanos que foram escorraçados por uma ditadura sanguinária e impiedosa. Não há como expulsá-los do Brasil. Com sensibilidade humana, um governo não pode escorraçá-los daqui como foram expulsos de lá pela violência, pela miséria e pela fome. O que nós temos que condenar são os governos brasileiros que alimentaram durante anos essa ditadura incapaz de respeitar as liberdades democráticas. Uma ditadura sanguinária que submeteu o seu povo à fome, à miséria, à violência e à morte e que teve a complacência de governos brasileiros."

Segurança pública - "Mulheres e jovens: nos últimos dez anos, de 2006 a 2016, nós tivemos o sepultamento de 324 mil jovens de 14 a 25 anos no nosso país, sete vezes mais que o número de soldados mortos na Guerra do Vietnã durante 20 anos. Os governantes deveriam pedir perdão ao povo brasileiro. Não há como não afirmar que não temos recursos, nós gastamos mais com segurança do que os países da OCDE. O problema é honestidade, planejamento e competência. É preciso restabelecer a autoridade, não há autoridade constituída. E quando a autoridade não se impõe, a marginalidade se sobrepõe e o crime cresce de forma avassaladora no país como ocorre hoje. Nós temos três itens: financiamento, capacitação e indução de políticas corretas, política de segurança pública de Estado e não de governo. Combate ao tráfico de drogas, combate à produção e ao tráfico de drogas, instituindo uma frente latino-americana."

 

Ajuste fiscal - "Anarquizaram a administração pública brasileira, destruíram as finanças públicas e nos levaram para um déficit monumental, histórico, sem precedentes. Isso vai exigir um ajuste fiscal rigoroso. E tem que começar no andar de cima, exatamente eliminando os privilégios das autoridades brasileiras que provocam grande indignação na nossa gente. Auxílio-moradia, verba indenizatória, todos esses penduricalhos. Há que se começar reduzindo o tamanho do Estado, eliminando ministérios, diretorias, coordenadorias, departamentos, paralelismos, superposição de ações. Reduzindo o tamanho do Congresso, diminuindo senadores, deputados. Depois, sim, as reformas necessárias para o país."

Sérgio Moro e Operação Lava Jato - "O grande desafio é vencer o descrédito. Em relação à corrupção, especialmente. Porque assaltaram o Brasil nos últimos anos. O que nós estamos propondo é a institucionalização da Operação Lava Jato como política de Estado permanente. Uma espécie de tropa de elite de combate à corrupção. E para isso nós vamos convidar o juiz Sérgio Moro para ministro da Justiça."

Combate à corrupção - "[Vamos convidar] uma seleção de juristas como Miguel Reale Jr., Modesto Carvalhosa e René Dotti para a elaboração da legislação criminal do país, não apenas o aprimoramento da legislação criminal do Brasil, acolhendo as propostas do Ministério Público de combate à corrupção, mas também as alterações constitucionais necessárias para que possamos ter os mecanismos e mudarmos esse sistema político e de governança. Especialmente, esse sistema de governança corrupto e incompetente que é uma fábrica de escândalos de corrupção. Novamente, eu vou repetir, não vou me cansar de repetir: sem a refundação da República, sem a substituição desse sistema, o país não vai gerar emprego, não vai promover desenvolvimento, e nós vamos ver o nosso povo sofrendo."

Considerações finais - "Vamos acabar, sim, com todos os privilégios das autoridades e, com segurança, o juiz Sérgio Moro estará ao nosso lado apoiando. Tenho certeza que ele apoiará o fim de todos os privilégios das autoridades. Mais importante do que o candidato possa dizer durante a campanha é o que ele foi, o que ele fez, como fez, se tem passado limpo e se tem experiência administrativa. E que experiência administrativa teve. Se falo que vou promover reformas refundando a República, preciso apresentar minhas credenciais. Fui governador e fiz reformas. [...] Temos um plano de metas. Paulo Rabello, o economista do ano, e eu temos um plano de metas, mas não se concretizará com este 'bla bla bla'. Por isso, eu repito e vou repetir sempre: Abra o olho, Brasil. É preciso mudar este sistema corrupto e incompetente para mudar o Brasil. Lembro o Raul Seixas, tenha fé na vida, tenha fé em Deus e tente outra vez."

 

https://s2.glbimg.com/UFB0vQ_s51twdrgNImQhqml_60Y=/0x0:1065x600/1200x0/smarO presidenciável Cabo Daciolo (Patriotas) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

O presidenciável Cabo Daciolo (Patriotas) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Cabo Daciolo (Patriota)

Emprego - "Tem que investir em educação, botar trabalho para o povo, mexer em educação, entrar em ciência e tecnologia e institutos federais. Capacitar e preparar a mão de obra e, a partir daí, baixo os juros, retiro impostos e isso vai oxigenar o país. Automaticamente, o mercado vai se abrir e nós vamos empregar esse povo."

Voto impresso - "Nós somos o único país onde não existe o voto impresso. No mundo! [...] Precisamos mergulhar e trabalhar para que possamos ter o voto em cédulas porque existem fraudes em urnas eletrônicas provadas. Provadas! Isto é preocupante, é muito preocupante para o cenário da nossa democracia porque pilares da democracia estão sendo quebrados. Têm que ser contabilizado os votos."

Feminicídio - "O grande problema que a nação está enfrentando hoje é a falta de amor, a falta de amor ao próximo. Estamos vendo uma sequência de homens violentos, normalmente violentos com as mulheres. E tivemos recentemente a cena de um marido que matou a mulher, jogou a mulher do apartamento, e você vê que a pressão para pegarmos essas pessoas que estão cometendo esses crimes contra as mulheres não vem com medidas enérgicas. Mas é interessante dizer que hoje o problema que nós temos está em cima da segurança e colocarmos a educação para o nosso povo. E isso começa a transformar nossa nação".

 

Investimento público - "Esta crise é uma crise mentirosa. Vamos entrar com uma auditoria na dívida pública. Vamos pegar a fundo os sonegadores porque nós temos 400 bilhões de sonegadores (sic). Entre os sonegadores, temos banqueiros, temos emissoras, temos diversos sonegadores. Dinheiro é o que mais tem. Renúncias fiscais que passam de R$ 300 bilhões. Vamos investir em educação, sim. Os profissionais da educação têm piso salarial de R$ 2,5 mil em contrapartida um parlamentar está recebendo R$ 33 mil, existe um equívoco. Quando falamos em baixar tributos, a receita automaticamente vai aumentar. Isso foi adotado nos EUA, nos países com grande potência."

Preço do combustível - "Isso que está acontecendo é que não investimos nas refinarias, mandamos o nosso petróleo bruto para fora e depois trazemos todo o petróleo, o diesel e o gás de cozinha de fora. O gás de cozinha sai da refinaria por R$ 22 e vai para a casa do consumidor por R$ 80. Eu, como presidente da República, isso [greve dos caminhoneiros] não vai acontecer no nosso governo porque eu vou, automaticamente, baixar o combustível em 50%. Nós temos 18 refinarias e vou investir nas refinarias e vamos transformar o petróleo bruto em diesel, gasolina, em gás e vamos oxigenar o país e empregar."

Segurança pública - "Uma das principais pautas da segurança pública chama-se PEC 446, conhecida como PEC 300. Você tem um piso da saúde, você tem piso da educação, baixo, muito baixo, mas não temos o piso da segurança pública. É necessário que haja o piso da segurança pública. Da violência à população, nós temos os militares, que não são tratados com dignidade. Militar também é cidadão e só está pedindo para ser tratado com dignidade. Só isso."

Considerações finais - "Glória a Deus. Eu agradeço a Deus por essa oportunidade. Eu agradeço à Band, Boechat. Eu sou Cabo Daciolo, servo de Deus vivo, hoje candidato à Presidência da República e tenho como vice uma profissional da educação. A mudança do nosso país começa em valorizarmos os nossos profissionais da educação e darmos a educação aos nossos jovens. Eu quero deixar uma mensagem para os ateus, para os cristãos de forma geral, o espírita, o católico, a Umbanda, o evangélico, que vamos levar a nação a clamar o Senhor. Que o amor transforma e que nós precisamos tratar o próximo da maneira que nós gostaríamos de ser tratados. E a mensagem que eu deixo aqui para concluir está no Livro de Jeremias, capítulo de número 29 do verso 11 que diz: 'Porque sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês', nação brasileira, 'diz o Senhor. Plano de fazê-los prosperar e não de os causar dano. Plano de dar-lhes esperança e um futuro. Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim e Eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. E eu me deixarei ser encontrado por vocês'. Nação brasileira, assim diz o Senhor. Glória a Deus. Um recado e uma deixa aqui. Doutor Enéas [Carneiro], doutor Enéas, o que ele falava era verdade. E não levaram ele a sério. Servimos um Deus vivo e vamos transformar a colônia brasileira em nação brasileira. Glória a Deus."

 

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O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Geraldo Alckmin (PSDB)

Emprego - "Essa é a questão central. O Brasil voltar a gerar emprego e renda. O Brasil precisa crescer, e para poder crescer precisa ter investimentos. E investimento é confiança. As primeiras medidas nossas serão pelo lado fiscal, sem aumentar impostos, reduzir despesa para zerar o déficit em menos de dois anos. Segunda medida, simplificação tributária. Simplificar, desburocratizar, destravar a economia. A terceira, abertura econômica. Os países que passaram de renda média para renda mais alta todos eles tiveram na abertura da economia um papel fundamental. Fazer acordos comerciais, entrar no TPP, na Aliança do Pacifico junto com o Japão e os países asiáticos. Reduzir o custo Brasil. O Brasil ficou caro, e por isso perdeu competitividade. O Brasil da década de 30 até a década de 90 foi o país que mais cresceu no mundo. Ele precisa voltar a crescer, crescer forte, melhorar o poder de compra, o salário, salário mínimo, a renda da nossa população. Essa é nossa prioridade. Educação básica, começando lá na infância, do ensino infantil até a pesquisa e a inovação."

Reforma trabalhista - “Sou favorável à reforma trabalhista. A reforma trabalhista foi um avanço. Um grande desafio não só do Brasil, mas do mundo inteiro é o emprego e renda. É evidente que a tecnologia permite produzir mais com menos gente. Nós tínhamos uma legislação do século passado, autárquica, de cima para baixo. Passamos a ter uma relação moderna. O que nós tínhamos era um grande cartório. Dezessete mil sindicatos no Brasil. Aliás, o mais estranho é que são 12,5 mil de trabalhadores com mais de 5 mil sindicatos patronais. É um verdadeiro cartório, mantido com o imposto sindical. A maioria não fez nem convenção coletiva. Nós vamos, sim, prestigiar aqueles sindicatos que representam os trabalhadores. Defender os direitos do trabalhador. O caso das mulheres grávidas, por exemplo, merece uma correção, mas a mudança da reforma trabalhista é necessária.”

 

Segurança pública - "Vamos enfrentar duramente o crime organizado – especialmente nas fronteiras –, tráfico de drogas e armas. Integração das Forças Armadas, Polícia Federal, dos estados, criar a Guarda Nacional para proteger também a área rural, onde estão aqueles que moram de maneira mais distante. Apoiar estados. Vamos ser parceiros dos estados, dos governadores, dos prefeitos. Trabalhar juntos neste que é o grande desafio latino-americano e do Brasil."

Combate à corrupção - "Eu entendo que a Lava Jato, senador Alvaro Dias, ela é uma conquista da sociedade. Não há nenhuma hipótese de mudá-la. O que nós precisamos é aprofundá-la, é acabar com a impunidade, com o chamado crime do colarinho branco. Quem deve, cadeia. É isso que se deseja e é isso que deve ser feito. E entendo que nós devemos reformar as instituições, começando pela reforma política. Não é possível continuar com 35 partidos. E, de outro lado ainda, termos voto proporcional. Eu defendo voto distrital misto, modelo alemão, onde o vizinho fiscaliza, vizinho fiscaliza, cria uma proximidade maior. Nos Estados Unidos, o mandato do deputado é de dois anos. Ninguém reclama. Nem o representante nem o representado. E aprimorar os nossos sistemas de controle: Controladoria-Geral da União, todo apoio aos sistemas de investigação, Ministério Público. Os poderes são independentes, e esse é o bom caminho, é o que nós acreditamos. E exemplo. Aliás, quero aqui reiterar, eu também fui deputado estadual, federal, governador. Não tenho nenhuma aposentadoria, abri mão de tudo. Tenho o INSS, R$ 5 mil, aos 63 anos de idade."

Bolsa Família - “Primeiro: o Bolsa Família é um ótimo programa e nós pretendemos até ampliá-lo. O BNDES tem lá duzentos e tantos bilhões de reais que são do governo. Nós vamos trazer de volta, gradualmente, parte desses recursos. E esses recursos nós vamos investir em, prioritariamente, na área social. Especialmente, no Nordeste brasileiro. Água no semiárido. Ajudei na questão da transposição do Rio São Francisco. E emprego, emprego e emprego. É isso que vai ser o caminho. Aqui em São Paulo nós temos os programas sociais muito bem avaliados. Um programa nosso, o restaurante Bom Prato, há 18 anos a R$ 1. O nosso Renda Cidadã, nós substituímos pelo Renda Família, nós abrigamos toda a família. Moradia para quem precisa. Temos o maior programa habitacional e habitação de interesse social. Quem ganha um salário mínimo tem acesso à casa própria através do nosso programa da CDHU. E inovamos fazendo a PPP da habitação aqui no centro de São Paulo, trazendo quem mora na periferia para poder morar mais perto do centro, mais perto do seu trabalho. Saneamento básico e promoção de emprego e renda, agricultura, turismo, serviços, comércio.”

 

Indicações políticas para o governo - "Nós vamos escolher nos partidos os melhores quadros. Dei o exemplo da minha candidata a vice, a senadora Ana Amélia, um dos melhores quadros do parlamento, além de representar as mulheres. Segundo critério: os melhores quadros da sociedade. A maioria dos meus secretários estaduais não tinha filiação partidária e foram ótimos secretários. Terceiro critério: o critério da competência. É claro que o governo, quem perde deve fiscalizar, exercer oposição, e quem ganha governe e governe bem para resolver os problemas do povo, para o Brasil andar e criar emprego e renda. Agências reguladoras? A mil quilômetros de partidos políticos, totalmente profissionalizadas. Diminuir o tamanho do Estado, reduzir ministérios. Nós vamos fazer um ajuste pelo lado da despesa, poupando dinheiro da população. Privatização. O Estado não ficar mais fraco, vai ficar mais forte, tendo boas agências fiscalizadoras e discutindo marcos regulatórios."

Considerações finais - “Agradecer a você, Boechat, à toda equipe da Band, aos candidatos aqui presentes e, principalmente, agradecer a vocês que até essa hora da madrugada, estão acompanhando esse debate. É a sociedade, é a população, que vai fazer a diferença, nós vamos é organizar esse grande trabalho. Começando por uma grande equipe que está nos ajudando no programa de governo para apresentarmos as melhores propostas para o país. Depois, governabilidade. Uma coisa é falar, outra coisa é fazer. Nós precisamos é tirar as coisas do papel. Eu fiz. São Paulo, mesmo na crise, cresceu. Fez R$ 5,3 bilhões em superávit primário. Reduzimos impostos. Não para empresário, mas para o contribuinte. O etanol é 12% na bomba enquanto que no Brasil inteiro é quase 25%. Reduzir gastos públicos. Vamos fazer o ajuste fiscal pelo lado da despesa. Indo no detalhe. Ministérios, aviões, senadores, deputados, estrutura do estado. E o Brasil voltar a crescer, vir ao encontro do seu grande destino, de uma grande nação. Com muita fé em Deus e determinação, vamos mudar o Brasil. Emprego e renda.”

 

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A presidenciável Marina Silva (Rede) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Marina Silva (Rede)

Emprego - "Nosso país tem problemas muito grandes a ser enfrentados. Um deles, sem dúvida, é o problema do desemprego. Há 4 anos, estávamos aqui e foi anunciado que a questão da criminalidade estava, em mortes violentas, em torno de 59 mil pessoas por ano. E nós chegamos ao dia de hoje e temos 63 mil pessoas assassinadas por ano, com 13 milhões de desempregados. Para ter emprego é preciso ter investimentos e, para ter investimento, é preciso recuperar a credibilidade. Para ter credibilidade é preciso ter uma mudança profunda neste país porque aqueles que criaram o problema não vão resolver o problema. Eu sei o que é não ter emprego porque tive que passar pela fresta do desemprego como mulher, jovem, como alguém que viu diante de si a dificuldade para alimentar a família. Tenho o compromisso em fazer o país voltar a crescer para que possa voltar a gerar emprego, renda e vida digna."

Sistema Único de Saúde (SUS) - “Primeiro, de fato, nós temos um Sistema Único de Saúde que é muito importante, uma grande contribuição da Constituição de 88. Mas hoje ele está completamente sucateado, porque não foi adequadamente implementado. E é um preço muito alto que a população brasileira paga em função de não ter atendimento básico, de não ter funcionamento de postos de saúde, falta de remédio, e, sobretudo, em função de que a população mais pobre, sobretudo as mulheres, é as que ficam mais prejudicada pela falta do atendimento digno de saúde. O que nós vamos fazer é implementar adequadamente o SUS, fazendo com que o SUS possa fazer os atendimentos nas instâncias e nas modalidades a que ele foi concebido. O atendimento básico, com postos de saúde, os médicos da família, o atendimento de média complexidade que, infelizmente, não funciona adequadamente. E o atendimento de alta complexidade. Fazendo com que a saúde privada, que é a saúde complementar, também possa ser reestruturada, mas, sobretudo, com foco na implementação do sistema como ele deve ser com mais recursos, melhor gerenciado, e, sobretudo, valorizando a saúde da família que é onde a gente evita a maioria das doenças.”

Déficit público - “A nossa proposta é de que o país volte a crescer, que a gente enfrente situações que são estruturantes, como o problema da Previdência. [Enfrentar] não com as propostas draconianas que foram feitas em prejuízo de alguns, mas é necessário, sim, reforma da Previdência. E que a gente recupere, sobretudo, credibilidade, para o país voltar a crescer, para que a gente possa ter investimentos e com isso nós enfrentarmos, claro, o problema do déficit público, o problema do desemprego e o problema da penúria que o povo brasileiro está vivendo no atual governo.”

Educação - De fato, a educação faz a diferença na vida de uma pessoa. E eu sou um milagre da educação. Eu fui analfabeta até os 16 anos, fiz Mobral, supletivo de primeiro e segundo grau. Sou, com muito orgulho, professora de história pela Universidade Federal do Acre, eu sei o que a educação pode fazer na vida das pessoas. E é por isso que o meu compromisso com a educação é um compromisso inarredável. Educação de qualidade. É por isso que também estamos dialogando com o Todos pela Educação, que está oferecendo a todos os candidatos uma proposta que, se for implementada, nós poderemos iniciar um ciclo de prosperidade na educação. A gente já tem quantidade, mas nós vamos trabalhar a qualidade. Hoje nós ainda temos mais de 500 mil crianças que estão fora da escola, nós temos jovens que terminam o segundo grau e não sabem ler e interpretar um texto, 14% não sabem fazer uma operação simples de matemática. Nosso compromisso é que toda criança até os sete anos esteja alfabetizada, que todo jovem saia do segundo grau com o aprendizado adequado à sua escolaridade e que tenhamos recursos que sejam mais gerenciados. E que os professores sejam bem remunerados, valorizados econômica e simbolicamente. A educação às vezes vira um discurso oco, entra governo e sai governo e é prioridade. Mas nós queremos fazer da educação uma prioridade para que ninguém tenha que entrar por uma fresta como eu tive que entrar."

Competitividade do Brasil - "De fato, nós temos um grave problema na infraestrutura brasileira. E é claro que com essa dificuldade os custos acabam sendo repassados para a nossa produção e isso diminui sim a nossa competitividade. Hoje o Brasil perde em torno de 30% da sua produção agrícola por falta de armazenamento, por falta de estradas, hidrovias e ferrovias."

Produtividade - "No meu governo, nós vamos investir sim para que a gente tenha os custos de produção reduzidos. Nós vamos trabalhar para que se aumente produção por ganho de produtividade e aí é fundamental investir em ciência, tecnologia e inovação para que o Brasil se torne um país cada vez mais competitivo, um país que tenha segurança jurídica mas sem perder a qualidade do licenciamento ambiental, sem perder o cuidado com a saúde pública, agrotóxico não é remédio. E nós temos que melhorar a qualidade da nossa produção para podermos ser cada vez mais competitivos e integrados às cadeias produtivas globais, fazendo o dever de casa, criando um novo ciclo de prosperidade, sobretudo nas energias renováveis. É possível ter energia limpa, renovável e segura, com geração distribuída aproveitando o vento, sol, a biomassa, e não combustível fóssil como temos hoje."

Considerações finais - "Quero cumprimentar a Band pela iniciativa do debate, cumprimentar a você, Boechat. Para quem terá pouquíssimos segundos, foi uma oportunidade de dialogar com os brasileiros e eu não poderia deixar de dizer que eu sou candidata à Presidência da República para que este país não fique apenas admirando as exceções que tem. Nós somos um país que admira as exceções que tem. Nós admiramos uma pessoa que, embora esteja no 11º mandato, como é o caso do deputado Miro Teixeira, que está ali na plateia e que não tem está envolvido em nenhum caso de corrupção. É uma exceção que admiramos. Nós admiramos pessoas que conseguem passar num concurso público apesar do péssimo ensino que tiveram no segundo grau. Eu mesma fui uma exceção. Passei por uma pequena fresta, como muitas mulheres corajosas, trabalhadoras, que vivem cuidando das suas famílias sem apoio, sem creche, sem um transporte justo e uma moradia digna. Nós temos que ser um país que passa a admirar as suas regras. A regra onde o serviço público é de qualidade, aonde o dinheiro público não é roubado, aonde não se substitui a população pelo centrão. A regra onde a democracia é usada para mudar o Brasil e que a gente possa ter de fato uma República de verdade."

 
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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Jair Bolsonaro (PSL)

Emprego - “A nossa missão aqui é mais que dar esperança para o povo, é dar certeza de que faremos um governo realmente diferente. Nunca integrei o Executivo. Entre outras medidas, o Brasil precisa voltar a fazer comércio com o mundo todo sem o viés ideológico. Precisa agregar valor naquilo que tem não só no subsolo, bem como, no campo. O Brasil precisa ser desburocratizado, é um cipoal de leis que desestimula qualquer um a abrir uma empresa. Tem que ser desregulamentado, todos nós sabemos que o salário no Brasil é pouco para quem recebe e muito para quem paga. A classe empresarial tem dito também, e o que eu vou falar aqui é para perder voto, mas não quero ganhar eleições para não poder governar. Os empresários têm dito para mim que o trabalhador vai ter que decidir um dia: menos direitos e emprego, ou todos os direitos e o desemprego. Eu acredito que com essas medidas iniciais, além de atacar a questão da violência, nós possamos fazer voltar no Brasil o emprego.”

Direitos Humanos e porte de armas - "A violência só cresce no Brasil exatamente porque há uma equivocada política de direitos humanos. O policial civil e em especial o policial militar nunca foram tão desvalorizados, não têm retaguarda jurídica para cumprir seu dever. O cidadão de bem foi desarmado por ocasião do referendo de 2005 [...] e o bandido continuou muito bem armado. Nós devemos fazer com que a vontade popular, por ocasião do referendo, se faça presente em nosso meio e o cidadão possa comprar arma de fogo para sua legítima defesa".

Diferença salarial entre homens e mulheres - "Tem muito local que mulher ganha mais do que homem. Deveríamos então lutar para diminuir o salário dessas mulheres competentes? Repito: o Estado não deve interferir nessa área. Quanto mais o Estado entra, pior fica o negócio no Brasil."

Educação - "Se gasta muito pouco [com ensino básico] levando-se em conta o que se gasta com ensino superior. Tem escolas que foram militarizadas pela nossa Polícia Militar, em especial em Goiás e no Amazonas, bem como temos os colégios militares. Nesta semana, o jornal 'Correio Braziliense' informou que quatro estudantes do Colégio Militar de Brasília foram aprovados em Harvard. Estive em uma escola militarizada no Amazonas e ela foi construída perto de uma comunidade muito pobre e violenta. Então, a hierarquia e a disciplina entrando dentro de uma escola. O percentual da garotada que consegue acesso ao nível superior está muito acima que as escolas públicas e particulares do estado do Amazonas. Então, hierarquia e disciplina têm que se fazer presente porque ao longo do tempo retiraram a autoridade do professor em sala de aula. Então, entendo que restabelecendo autoridade e invertendo a pirâmide de gastos nós podemos atingir o objetivo final que é dar educação de qualidade para a garotada do Brasil."

Devedores com nome inscrito no SPC - “Eu te vi [Ciro] respondendo isso há pouco tempo, falando que você ia zerar isso daí. Agora, vamos deixar bem claro, Ciro Gomes, meu colega de Câmara, muita gente honesta entrou no SPC acreditando na política do PT, acreditando que o emprego viria, ou que não perderia o seu emprego. Veio a corrupção, veio a roubalheira e aqueles que compraram uma geladeira, uma máquina de lavar roupa, até mesmo um ferro elétrico, teve que devolver. Tem gente, então, honesta que tá no SPC. Mas tem muito, mas muito, bandido também. Eu desconheço aqui o volume, acho talvez que até vossa senhoria desconhece o volume desse pessoal, 63 milhões que deve ao SPC. Eu acho que equivale [o volume] aí, com toda certeza, a quase o PIB do Brasil isso daí. Eu também estou curioso, quero saber, te respondo a pergunta aqui, que você [Ciro] nos diga como tirar esse pessoal do SPC. Eu acho que não vai ser rodando dinheiro e nem dando uma canetada, até porque não teríamos poder para isso. Estou ansioso para aguardar a sua resposta.”

Privilégios - “No ano passado, eu poderia ter gasto R$ 400 mil da minha verba, chamada cotão, usei metade disso. A questão do auxílio-moradia, está na lei. O meu apartamento particular em Brasília, de 70 metros quadrados, eu tenho despesas. Pago IPTU, pago condomínio, entre outras coisas, fica quase no zero a zero. Estou ocupando agora um apartamento funcional e estou botando à venda o meu apartamento para acabar com isso daí. A questão de pensão de filhas de militares. Deixo bem claro que nós tínhamos a nossa previdência própria até o início dos anos 60, quando o governo, então, resolve pegar aquele recurso e fazer com que o governo viesse a pagar as pensões. Em 2000, nós colocamos um ponto final nessa vitaliciedade da pensão das filhas. Obviamente, tem aquelas que tinham o direito adquirido. Agora, cortar privilégio de militares? Que privilégios? Se nós não temos fundo de garantia, não temos hora extra, não temos direito a adicional noturno, não temos direito a, absolutamente, nada. Nós trabalhamos em média 60, 70 horas por semana e não ganhamos nada além disso. E o militar é uma categoria à parte. Está à disposição do chefe da nação, do seu povo, 24 horas por dia. Isso é uma realidade. E nós vamos tentar agora então substituir essa terceirização, colocando um capitão do Exército, como presidente, e um general como vice-presidente.”

Considerações finais - “Entre os melhores ranqueados, só tem um que pode realmente mudar o destino do Brasil. Ele se chama Jair Bolsonaro. Nós precisamos de um presidente honesto, que tenha Deus no coração, seja patriota, e seja independente para, pelo exemplo, governar esse grande país. Um presidente que honre e respeite a família, que trate com consideração criança em sala de aula, não admitindo ideologia de gênero. Impondo a escola sem partido. Um presidente que não divida homos e heteros, pais e filhos, nordestinos e sulistas, brancos e negros, ricos e pobres, um presidente que deixe para trás o comunismo e socialismo, que sepulte o foro de São Paulo, que faça negócio com o mundo todo, não mais pelo viés ideológico, que pratique, sim, o livre mercado. Um presidente que jogue pesado na questão da insegurança pública, para que as mães possam sorrir, sem mais temer se o filho chegará vivo em casa ou não. Precisamos de um presidente que, acima de tudo, tenha palavra. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.”

 

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O presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Guilherme Boulos (PSOL)

Emprego - "A nossa primeira medida, tomando posse como presidente da República do Brasil, vai ser revogar as medidas tomadas por esse governo do Temer. Reforma trabalhista, que agravou a situação dos trabalhadores e retirou direitos. Reforma da Previdência, que tentaram aprovar e nós não vamos deixar fazer. Também a emenda constitucional 95 que corta investimentos sociais. Nenhum país nunca saiu da crise sem investimento público. Nós vamos retomar investimento público com o programa 'Levanta Brasil", gerando emprego com investimento em infraestrutura, saúde, educação e moradia. Para isso vai ter que mexer nos privilégios dos mais ricos."

Reforma tributária - "Nós vamos uma reforma tributária porque hoje no Brasil quem tem menos paga mais. Quem tem mais, paga menos. Trabalhador e classe média é que sustentam o Estado brasileiro. Você que tem um carro, paga IPVA. Quem tem um jatinho, um helicóptero, como alguns candidatos que estão aqui, não paga um real de imposto. Nós vamos acabar com essa esculhambação que representa hoje a desigualdade e os privilégios no nosso país."

Aborto - “Ninguém é a favor do aborto. Nós somos a favor do direito de as mulheres decidirem. O que nós não defendemos é que as mulheres continuem sendo presas ou morram porque fazem abortos nas condições mais precárias, como o dado que você própria [a jornalista] mencionou. Aliás, mulheres pobres e negras. Porque as mulheres mais ricas fazem [o aborto] em condições adequadas e em boas clínicas. O caso da Ingriane [Barbosa], que nós vimos esta semana na audiência do Supremo Tribunal Federal: jovem, mãe de três filhos e que foi levada pelas circunstâncias a fazer um aborto precário e morreu. No nosso governo, aborto não vai ser tema do Código Penal, vai ser tema do SUS. É um tema de saúde pública, respeitando o direito das mulheres."

Políticas para as mulheres - "Nós vamos colocar outras políticas para as mulheres, como creche em tempo integral para as mães que trabalham e estudam, o que já era proposta da nossa querida companheira Marielle Franco, brutalmente assassinada. Nós vamos também ter um atendimento especial no SUS para as mulheres. Vamos ter políticas que assegurem igualdade salarial. Ao contrário do que já foi dito aqui, o governo pode e deve garantir que as mulheres ganhem os mesmos salários que os homens para o mesmo tipo de trabalho. Nós temos que combater o machismo estrutural neste país. Assegurar o direito ao aborto é um caminho. A igualdade salarial é outro. E políticas públicas em educação e saúde o nosso governo vai garantir. Eu tenho ao meu lado a Sônia Guajajara, liderança indígena, mulher nordestina, que também vai me ajudar a fazer isso.”

Bancos e desonerações fiscais - "O problema do Brasil não é falta de dinheiro. O Brasil é a oitava economia do mundo. Nós não somos um país pobre. Dinheiro tem. O problema é que ele está profundamente mal distribuído e em uma economia, uma forma de organização da sociedade cheio de privilégios. Nós vamos tomar três medidas. Primeiro, enfrentar o 'bolsa banqueiro'. Com essa dívida pública, com juros escorchantes, que estão entre os maiores do mundo. Segundo, o 'bolsa empresário'. R$ 280 bilhões só em desonerações fiscais nesse ano para grandes empresários, sem contrapartida de emprego. E terceiro, uma reforma tributária progressiva. Porque não é justo que o dono do Bradesco, que o dono do Itaú paguem menos imposto que o trabalhador brasileiro. Se a gente tiver coragem de mexer nos privilégios, encontra o dinheiro para fazer investimento público. Nós temos."

Atualização da tabela do imposto de renda - Nós pretendemos sim [atualizar a tabela de imposto de renda], nós vamos fazer uma reforma tributária no Brasil. Porque hoje no nosso país quem tem menos, paga mais e quem tem mais, paga menos. Se você for ver, hoje, 49% de toda a arrecadação tributária do país é sobre consumo, e não sobre renda e patrimônio. Nós vamos atualizar a tabela do imposto de renda reduzindo, inclusive, para trabalhadores e para classe média que hoje pagam demais, e criando nova alíquota para superrico, para banqueiro, para gente que não paga. O professor universitário hoje paga a mesma alíquota de 27,5% que um grande banqueiro, que alguém que ganha 500, 600, 700, mil reais por mês. Isso é inadmissível. É por isso que nós vamos fazer essa reforma tributária, também tributando lucro e dividendo, taxando grandes fortunas como já está na Constituição há 30 anos e aumentando alíquota de imposto sobre grandes heranças. No Brasil hoje a alíquota máxima sobre herança é de 8%. Nos Estados Unidos é 40%. Não dá para ser desse jeito. Nós não podemos ter um Estado que seja um Robin Hood ao contrário. Tira dos pobres e da classe média para dar para os superricos. Nós vamos corrigir o imposto de renda sim, para que quem tem mais, pague mais e quem tem menos, pague menos e vamos fazer uma série de medidas tributárias que vão permitir um plano de investimento público que vai voltar a gerar emprego nesse país, investir em educação, saúde, moradia e infraestrutura, que é o que o povo precisa."

Considerações finais - "Tenho andado por este país e tenho visto muito cansaço com a política, muita indignação, mas também tenho muita esperança. Eu decidi ser candidato a presidente do Brasil porque estou indignado como você. E também porque tenho esperança. Esperança que eu vi nos olhos da Cristiane, na casa que ela ganhou com a luta dela e que eu tive orgulho de entregar as chaves. Cristiane me disse que muita gente disse para ela que não ia dar certo, que não tinha jeito. Mas com luta e esperança, ela conseguiu. Muita gente vai dizer para você que o Brasil não tem jeito, mas tem, desde que a gente faça política de um outro jeito, de um jeito novo, e é isso que a gente representa. Com coragem, com transparência e com olho no olho, como a gente, que vai sair deste debate e debater com você diretamente e responder às suas perguntas nas redes sociais. Aqui tem um novo jeito de fazer política, que não é o projeto dos 'Cinquenta tons de Temer' que está aqui. Todo mundo que vai falar depois de mim apoiou o golpe. Este projeto, o nosso projeto, é outro. É o projeto de Paulo Freire, de Zumbi dos Palmares, é o projeto de Marielle Franco. É um projeto que não tem medo de mudar o Brasil."

 

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O presidenciável Henrique Meirelles (MDB) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Henrique Meirelles (MDB)

Emprego - "Assumi o Banco Central e nesse período fizemos aquilo que está no interesse. Criamos emprego, criamos estabilidade na economia, os investimentos aumentaram e o Brasil criou em oito anos cerca de 10 milhões de empregos. Voltei ao governo, na Fazenda, e tiramos o Brasil da maior recessão da história, que estava destruindo o emprego sistematicamente. Voltamos a criar e o Brasil criou 2 milhões de empregos. Portanto, qual é a solução para a sua pergunta? Muito simples. Ao contrário do que muitos aqui pensam, não se cria emprego no grito. Se cria emprego com a política econômica correta. No momento em que assumimos a presidência, a confiança aumentou como já aconteceu e o Brasil vai ter investimento, vai crescer e gerar emprego."

Venezuela - "A situação da Venezuela é dramática, não há dúvida. E a situação dos venezuelanos, pior ainda. O nosso problema é conseguir resolver a situação do povo. E não permitir que você chegue na mesma situação que está o povo da Venezuela. Para isso nós temos que ter uma política no Brasil que assegure crescimento, assegure emprego e assegure renda. Na Venezuela, o problema é que o povo não tem emprego. Mas, pior do que isso, começa a faltar dinheiro, inclusive, para comer. O governo está em colapso. E isso gera uma situação, uma crise humanitária de proporções absolutamente inaceitáveis. E os venezuelanos estão fugindo do país, o Brasil já recebeu um número grande de venezuelanos, um pouco menos de 100 mil, mas a Colômbia já recebeu 700 mil. O que nós temos que agir é para que a situação na Venezuela mude, que mude esse regime e que a situação dos venezuelanos mude, e que eles devam querer voltar para a Venezuela."

Roraima e venezuelanos - "O Brasil tem que atender a sua postura humanitária e de abrir [suas fronteiras], o que sempre teve historicamente. Isso é fundamental. E sim, temos que providenciar recursos para o estado de Roraima para acomodar aquela população. Mas vamos resolver o problema na causa, trabalhando juntos para ajudar a mudar a situação na Venezuela."

Juros - "Sou o candidato do emprego, da renda e do crescimento econômico. No momento em que fui convidado a assumir o Banco Central, pelo Lula, o Brasil enfrentava uma crise enorme, com os juros na estratosfera. Durante meu período no Banco Central, os juros caíram sistematicamente. Caíram mais agora. Os juros dos bancos são muitos altos. Apresentei ao Congresso propostas visando diminuir o spread bancário e os juros do Banco Central, os mais baixos da história. Não trabalhei apenas para o governo cujo presidente é o presidente Michel Temer ou o governo cujo presidente era o Lula. Trabalhei pelo Brasil porque fui eleito fazendo campanha contra o Lula e ele me convidou a assumir o Banco Central porque eu tinha condições de fazer o Brasil crescer. Comigo como presidente da República vocês vão ter alguém que conhece a estrutura, a economia, tem competência, trabalhou e conhece o sistema para baixar os juros e fazer o Brasil crescer”.

Desburocratização - "O maior problema que nós temos hoje para o funcionamento do serviço no Brasil é exatamente a burocracia. Existem vários exemplos que já foram mencionados, mas o importante é que vai muito além disso. Por exemplo, a complexidade até para conseguir pagar imposto no Brasil é inaceitável, a complexidade para fazer consulta médica é inaceitável. O que nós vamos fazer é algo que já propus como ministro da Fazenda: 15 medidas desburocratizantes. Não só no governo, mas cartórios e serviços diversos que complicam a vida das pessoas e complicam a atividade econômica. Por isso, vamos, sim, continuar fazendo um vasto trabalho de desburocratização e também de digitalização que pode resolver parte dos problemas com um sistema digital, transparente, rápido e que pode ser, em última análise, usando pelo cidadão."

Preço dos combustíveis - “O Brasil não pode ficar prisioneiro de determinadas corporações, ou determinados segmentos da sociedade, que tenham o poder naquele momento aparente de bloquear estradas, por exemplo, ou paralisar a segurança em cidades, ou paralisar o serviço público. Isso não pode acontecer. Para isso, tem que se colocar a lei. Em relação à questão do preço da gasolina, do óleo diesel, é uma questão fundamental, mas tem solução. Eu já apresentei um projeto, onde o preço será estável na bomba, com um fundo de estabilização do preço de combustíveis. Soluções existem para os problemas, não pode é ficar prisioneiro, a população não conseguindo se alimentar por conta de uma determinada corporação que bloqueia estradas ou outros setores da sociedade.”

Considerações finais - "Este é um momento importante, quando iniciamos os debates. Quero te cumprimentar porque destas eleições vai sair um presidente que vai governar o Brasil pelos quatro anos seguintes e que é muito importante para a vida de todos. Muitos aqui ainda vão falar, outros já falaram suas próprias qualificações, planos e projetos. Pretendo ser presidente da República com o seu apoio e seu voto, mas baseado em história. Quando assumi o cargo de presidente do Banco Central, escolhido por um presidente contra o qual tinha feito campanha, no entanto, ele reconheceu minha qualificação para assumir o cargo e assumi o cargo para desempenhá-lo com vigor pensando em você, pensando no seu emprego e na sua renda. Voltei ao governo com a mesma visão: o importante é o resultado. Você tem que olhar o que cada um já fez que alterou sua vida e vai ter condições de fazer o mesmo à frente na economia, no emprego, na renda, na educação, na saúde, na educação e na segurança. Juntos, vamos construir o Brasil dos nossos sonhos".

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O presidenciável Ciro Gomes (PDT) no debate da TV Bandeirantes (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

Ciro Gomes (PDT)

Emprego - "Tenho uma proposta de gerar, no primeiro ano de governo, enquanto a gente cuida das reformas estruturais, 2 milhões de empregos. O caminho, basicamente, é consertar os motores do desenvolvimento, praticamente todos estrangulados. E eu posso demonstrar. O consumo da família é um dos motores importantes. Hoje, o Brasil tem 63 milhões de pessoas com nome sujo no SPC. Vou ajudar a pagar as dívidas e ajudar a limpar o nome dos brasileiros para que voltem a consumir. O empresariado brasileiro está colapsado, dívida de R$ 2,6 trilhões e caminho de crédito de recuperação duvidosa. Vou descartelizar o sistema financeiro, que no Brasil cinco bancos concentram 85% das operações. Vou consertar as contas públicas com as 7,5 mil obras paradas. [...] Isso é o que o emprega rapidamente as pessoas com dificuldade."

Reforma trabalhista - “Eu vou propor uma nova reforma trabalhista, que corrija as imperfeições da legislação que é antiga, mais, por exemplo, os abusos da Justiça do Trabalho. Mas essa que foi feita aí é uma selvageria que agravou dramaticamente a insegurança e o medo da imensa maioria do povo brasileiro. Vou lembrar: 32 milhões de brasileiros na informalidade, correndo do rapa, vivendo de bico, sem nenhuma proteção, 13 milhões e 700 mil brasileiros desempregados, mais 11 milhões de garotos que 'nem nem', nem estudam nem trabalham. E não é introduzindo insegurança jurídica, insegurança econômica. Nenhum lugar do mundo resolveu seu problema assim. Eu lembro de novo: a China já paga salário-hora maior do que o Brasil. A Alemanha é o país mais competitivo do mundo e não foi aviltando o salário. Temos que fazer uma reforma que proteja o trabalhador, que proteja, na luta do mais fraco contra o mais forte, aquele lado mais fraco.”

Reforma da Previdência- “Esse sistema que está aí é irreformável, porque a nossa população envelheceu. E essa brutal quantidade de pessoas na informalidade, simplesmente, evadiu-se de qualquer financiamento da previdência. Portanto, nós temos que propor um novo modelo de previdência. A reforma que o Temer fez, com toda a selvageria, obrigando o professor a trabalhar 49 anos, e que o PSDB apoiou, essa reforma não resolve nada. Economizaria R$ 360 bilhões em 10 anos. Eu proponho um novo regime de capitalização e vou propor, ao longo da campanha, como se fazer a transição.”

Transposição do Rio São Francisco - “De fato, é preciso que se faça justiça. A Marina, minha estimada amiga, foi uma ministra do Meio Ambiente absolutamente notável. Tive o privilégio de trabalhar com ela, me deu um trabalho infernal, pela boa causa, defendendo os requisitos ambientais. Mas, finalmente, conseguimos licenciar o projeto do São Francisco, que, inacreditavelmente, daquela época para cá ainda não terminou. Falta 3% e é uma das 7.300 obras paradas que eu vou começar imediatamente, tão logo desvencilhe algumas coisas de burocracia. E há um compromisso solene, que é de fazer a revitalização do Rio São Francisco. Eu comecei, por exemplo, o município de Pirapora não tinha nem sequer projeto de saneamento básico. O Rio das Velhas era o maior poluidor do Rio São Francisco e nós trabalhamos em toda essa agenda. Interativamente, com o Ministério do Meio Ambiente, interativamente com as autoridades dos municípios. E assim será o meu governo, nós vamos lançar infraestrutura no país, mas sempre tendo atenção clara como foi possível, trabalhamos juntos, com seriedade, que não é possível fazer as coisas acontecerem sem o cuidado com o futuro. BR 163, BR 319, as ferrovias transnordestina. Tudo isso eu vou terminar, mas vai ser dentro do padrão que nós fizemos no São Francisco.”

Reajuste de salários no Judiciário - “Essa iniciativa dos eminentes ministros, por maioria – é bom que a gente destaque que quatro ficaram contra –, de pedir um reajuste de salário em uma hora como essa me parece, para ficar numa palavra respeitosa, das instituições, uma imprudência profundamente acintosa do estado de sofrimento e humilhação por que passam os milhões de desempregados, os 32 milhões e 200 mil brasileiros que estão correndo, volto a repetir, do rapa, pelas ruas e praças das cidades pelo Brasil afora, tentando ainda levar para casa alguma coisa decente para sustentar os seus filhos. Não quero criticar salário de ninguém. A vida é dura. A vida é difícil. Porém, o brasileiro precisa saber, e nós da política precisamos dar exemplo, que não é salário propriamente, com todos os abusos e privilégios, o problema do Brasil. R$ 51,60 de toda a dinheirama que os governos arrecadam no Brasil, no orçamento, estão reservados para despesa financeira. Rolagem de dívida e juro. R$ 51, 60. R$ 29 de cada R$ 100, Previdência Social. Onde estão esses privilégios? 2% levando 25% de tudo. E sobram 20% para educação, saúde, segurança, ciência e tecnologia, as bolsas agora estão ameaçadas, o que é verdadeiramente a grande tarefa da próxima governança brasileira.”

Retomada do crescimento - "Vou aproveitar para propor três alternativas para retomar o crescimento no Brasil. Aliás, são quatro, mas eu já falei uma, e vou repetir. Ajudarei os brasileiros que estão, 63 milhões deles, que estão endividados no SPC. Vou ajudar a pagar dívida e restaurar o consumo das famílias. Dois: consertarei e apoiarei o esforço de desfazimento do cartel que hoje cobra, de quem trabalha e produz no Brasil, a maior taxa de juros do mundo na ponta. Três: vou consertar as contas públicas pra dizer de onde vem o dinheiro, para a gente transformar o Brasil, se não digo na primeira, na quinta, na sexta economia do mundo, que eu já vivi. E quatro: vou celebrar uma política industrial e de comércio exterior na área de petróleo, gás, bioenergia, complexo industrial da saúde, complexo industrial da defesa e complexo industrial do agronegócio, começando com construção civil."

Considerações finais - “Eu quero pedir desculpa por uma injustiça involuntária que cometi, quando citei a esposa do juiz Sérgio Moro. Ele recebe o auxílio-moradia, tendo apartamento, e eu mencionei a sua esposa. Na verdade, ela não é juíza. Juíza é a esposa do juiz Bretas. Portanto, mil desculpas, por esse erro, mas continuo afirmando que há a necessidade de nós combatermos os privilégios. E eu não faço nada que não tenha dado, pessoalmente, o exemplo, nunca aceitei receber qualquer aposentadoria ou pensão, não fui morar em palácio, quando governador. Quero agradecer à Bandeirantes, ao Boechat, a todos os jornalistas, e aos competidores pelo elevado debate que nós vivenciamos hoje. Agradecer, principalmente, a você que ficou acordado até essa hora. Se você acha que o Brasil precisa mudar, estamos juntos nessa batalha. Eu tenho uma ideia, um sonho de servir ao Brasil e vou começar com o compromisso de restaurar a atividade econômica, gerando 2 milhões de empregos já no primeiro ano. Vou fazer você ser apoiado e ajudado, se você estiver com o nome sujo no SPC, vou lhe ajudar a tirar o seu nome sujo e, ao longo da campanha, eu demonstrarei objetivamente, como isso não é tão complicado de fazer. Pretendo inclusive, reforçar a questão da saúde das contas públicas para retomar o desenvolvimento. Claro que, neste momento, estamos apenas começando o primeiro debate. Não se decida agora, dê um tempo, observe os candidatos, veja quem são, de onde vieram, quais são as propostas que têm. E se são coerentes com aquilo que dizem. Que Deus abençoe o Brasil”.

PORTAL G1

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