Busque abaixo o que você precisa!

'Sem moral' por escândalos de corrupção, partidos patinam para definir quadro político Leia mais: https://oglobo.globo.com/brasil/analise-sem-moral-por-escandalos-de-corrupcao-partidos-patinam-para-definir-quadro-politico-

RIO, BRASÍLIA E SÃO PAULO - A indefinição das chapas para a Presidência da República não decorre apenas do fato de a campanha começar mais tarde e ser mais curta. Fatores políticos que influenciam diretamente o eleitorado, como o impacto da operação Lava-Jato sobre os políticos, também alteraram o calendário das definições este ano quando o país, além de escolher o novo presidente, ainda irá às urnas para eleger deputados federais, senadores e governadores.

 

Com a mudança na legislação eleitoral, as convenções ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto. Antes, ocorriam de 10 a 30 de junho. Outra peculiaridade dessa eleição, que contribui para a indefinição geral, é o governo federal, mesmo com a força da máquina pública, não ter um candidato competitivo, devido à impopularidade do presidente Michel Temer.

 

O cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fábio Wanderley dos Reis, avalia que a perene crise política, deflagrada ainda em 2014 e sem trégua até hoje, além da fragilização dos principais partidos brasileiros, contribui para o retardamento de uma definição do quadro eleitoral.

- O próprio sistema partidário está comprometido. O PT numa situação singular, com seu líder nada menos do que preso; o PSDB também muito seriamente castigado pelas circunstâncias. Sem falar no MDB, o maior partido, com sua cúpula diretamente atingida. A consolidação nas eleições anteriores sempre se deu em volta dos polos PT e PSDB, o que não está ocorrendo agora - analisa Fábio Wanderley.



- Muitos dos políticos, de vários partidos, estão sob ameaça de investigação. Os próprios partidos estão sem saber qual o melhor rumo a tomar e momento para decidir. São vários fatores perturbadores de uma dinâmica normal de um período pré-eleitoral.

Para o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Aldo Fornazieri, a dificuldade dos candidatos em articularem seus vices é uma consequência da pulverização política ocorrida após o impeachment.

 

- Não se constituiu um governo com capacidade de atrair aliados, pelo contrário, é uma força centrífuga que afasta aliados. O PSDB também era um pólo de poder e acabou virando uma força centrifuga pois perdeu muita força junto à opinião pública - avalia o cientista político.

No campo da centro-esquerda, ele atribui a pulverização à prisão do ex-presidente Lula e a indefinição na Justiça Eleitoral sobre sua candidatura, o que levou aos partidos de esquerda a lançarem seus candidatos.

- Não temos polos atrativos, aglutinadores que deem uma segurança para vários partidos formarem suas alianças. Na medida que não tem isso a tendência é a pulverização, situação assemelhada com a de 1989 - avalia. O GLOBO



Compartilhar Conteúdo

444