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Os recuos e as intenções eleitorais de Temer

Em artigo no o POVO deste sábado (12), a jornalista Lucinthya Gomes avalia o desejo de Temer pela reeleição, apesar do alto índice de rejeição. Confira:

Passados dois anos desde que assumiu a Presidência da República, a palavra recuo ainda ronda Michel Temer (MDB). Ele, que entrou no Palácio do Planalto afirmando não ter qualquer intenção de ser candidato, mudou de ideia e, no último mês de março, comunicou interesse em reeleição. Amargando altos índices de reprovação, voltou atrás em abril. Agora, governistas dizem que o recuo da candidatura não é definitivo.

O fator eleitoral vem balizando as decisões do presidente, que tenta, pelo menos, se viabilizar como alguém capaz de exercer alguma influência apoiando um nome para o pleito. Neste ano, após tirar a polêmica reforma da Previdência de sua pauta prioritária, reajustou acima da inflação o benefício do Bolsa Família e iniciou uma intervenção federal militar na segurança do Rio de Janeiro. Três temas com forte apelo eleitoral.

Foi exatamente a partir da segurança pública que o Ceará despontou no radar deste governo. A Chacina das Cajazeiras, em Fortaleza, e as 11 mortes na Cadeia Pública de Itapajé serviram de instrumento de pressão para que o Governo Federal anunciasse apoio para conter o avanço do crime organizado no Estado. Além de um centro de inteligência da Polícia Federal aqui, as medidas incluíam a construção de duas unidades penitenciárias regionais ainda em 2018.

Talvez o Estado não tivesse conseguido tanto, sem a reaproximação do governador Camilo Santana (PT) com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, do mesmo partido do presidente. Até hoje, o Ceará não recebeu uma visita sequer de Temer em seus dois anos de gestão. A postura diz muito sobre o que não se entende como prioridade.

Ainda assim, as ações já anunciadas para o Ceará continuam sendo dúvidas.

Até a transposição das águas do rio São Francisco, que chegou a ser prometida para o início deste ano, sofreu mais um adiamento. Tema dos mais urgentes para os cearenses. Incertezas que se fortalecem, diante de um governo que tem a pauta cada vez mais esvaziada pela urgência eleitoral, faltando pouco mais de seis meses para o fim do mandato.

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