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Desta feita, Marina preferiu abandonar as vestes de tecido cru da beata da floresta e envergar hábito da Torquemada anticorrupção

Publicada: 23/04/2018 - 7:57

Marina Silva: desta feita, ela deixou a clorofila pra lá. Trocou o discurso natureba ela chave de cadeia

Marina Silva (Rede), pré-candidata da Rede, mudou, não sei se já perceberam, o seu discurso. Ela se deu conta de aquela tradicional mistura de misticismo light com clorofila acaba falando sempre aos mesmos. Ou até me corrijo um pouco: ela perdeu eleitorado. Observem que, desta feita, o meio ambiente está ausente da fase de pré-campanha. Ela preferiu abandonar as vestes de tecido cru de beata da floresta e envergar o hábito da Torquemada contra a corrupção. Nenhuma outra figura da vida pública, com a provável exceção de Álvaro Dias (Podemos), busca colar com tamanho afinco à sua imagem à da Lava Jato.

Aquela personagem quase etérea, como se saída do filme “Avatar”, agora recheia a sua fala, para lembrar o poeta João Cabral de Melo Neto, de carnaduras bem mais concretas. E não! Ela não está disposta a dar pistas do que faria com a economia ou com a Previdência. Sua pregação assumiu materialidade de um outro jeito; seu discurso ganhou grades. Ao se manifestar sobre a condenação e prisão de Lula, preferiu cobrar cadeia também a outros, de outras legendas.

Hoje em dia, a mensagem de Marina consiste no seguinte: pouco importa se a Lava Jato comete ou não exageros ou injustiças. Basta que se distribuam condenações e prisões por outros partidos, e a Justiça estará sendo feita. Caso se juntasse a Joaquim Barbosa, como sonharam alguns, seria uma espécie de samba de uma nota só a duas vozes.

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