Curiosidades para o caso de Tasso virar presidente
Os bastidores fervilham há uma semana em busca de nome para substituir Michel Temer (PMDB), o ainda, porém rifado, presidente. A bola da vez já foi Henrique Meirelles (PSD), Cármen Lúcia. Ontem os nomes da vez eram Tasso Jereissati (PSDB) e Nelson Jobim (PMDB), nessa ordem. Tasso é o nome que restou no PSDB. Recebeu o apoio do petista Camilo Santana. A ser confirmada, a eleição indireta de Tasso terá desdobramentos um tanto interessantes, quando não engraçados:
1) Tasso já foi o homem mais poderoso e, portanto, paparicado do Ceará. Quando perdeu poder, antigos bajuladores o abandonaram. Ao não ser reeleito senador, em 2010, ficou quase sozinho. Uma vez presidente, será engraçado ver a revoada dos velhos tassistas.
2) Será interessante observar a posição dos Ferreira Gomes em relação a um governo Tasso. Eles têm feito dura oposição à coalizão PMDB/PSDB. Como será com a eventual ascensão do cearense, que projetou a família sobralense no Estado? E de quem Cid e Ciro Gomes se tornaram adversários há sete anos. Ciro manterá disposição de concorrer a presidente nesse cenário? Com qual discurso?
3) Camilo Santana foi o primeiro petista a demonstrar publicamente simpatia pela ideia de Tasso presidente. Vale registrar que o tucano é, dos três senadores do Estado, aquele com quem o governador tem maior afinidade. Mais até que com o também petista José Pimentel. Com Eunício Oliveira (PMDB) nem se fala. Porém, Tasso na Presidência muda muito o cenário para 2018 no Ceará. No dia do segundo turno da eleição do ano passado, o senador apontou como prioridade para o ano que vem derrotar os governistas cearenses. “Esse bloco PDT/PT está sendo excluído no Brasil inteiro, pela enorme decepção, pelos estragos, pela incompetência, pela visão equivocada. E chegou a hora de o Ceará também encontrar seu novo rumo. O Ceará está parado. Há muito tempo parado”, disse a este colunista, em 30 de outubro de 2016..
4) Tasso entrou na política como homem de ruptura. Governo sempre com perfil de enfrentamento. Agora, terá de ser conciliador em momento de crise generalizada. ERICO FIRMO / OPOVO