Datafolha é para corações fortes - FÁBIO CAMPOS
Os resultados da pesquisa O POVO/Datafolha apontam que a disputa pela Prefeitura de Fortaleza ganha contornos imprevisíveis. As duas semanas de vigência do horário eleitoral gratuito não mudaram as colocações verificadas na primeira pesquisa, mas podem ter estabelecido uma tendência que, caso se concretize, colocará o prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o Capitão Wagner (PR) em um acirrado confronto de segundo turno.
No resumo das intenções coletadas pelo Datafolha, Roberto Cláudio cresceu cinco pontos percentuais (de 27% para 32%) numa trajetória que teve a companhia de Wagner, que cresceu outros quatro pontos (de 20% para 24%). Notem que se configuram duas ascensões acima da margem de erro de três pontos percentuais.
Luizianne Lins (PT) e Heitor Férrer (PSB) não acompanharam o ritmo dos líderes e podem estar enfrentando o risco de estagnação nas intenções de voto. Afinal, os dois apresentaram variações para baixo de um ponto percentual na comparação entre as duas rodadas do Datafolha. Luizianne de 17% para 16% e Heitor de 9% para 8%.
O que mais chama a atenção na pesquisa é o desempenho do Capitão na projeção de segundo turno com o prefeito. O candidato apoiado pelos senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati surpreende e lidera o possível segundo turno com dois pontos percentuais à frente de RC. 44% a 42%.
A favor do Capitão uma rejeição que alcança somente 15%. Porém, a campanha de Roberto Cláudio acertou no trabalho de diminuir a rejeição do prefeito, que caiu de 29% para 23%. Portanto, um índice confortável e adequado para permitir manter a linha de crescimento e consolidação das intenções de voto já conquistadas.
Ao isolar-se no segundo lugar e partir na frente na projeção de segundo turno, o candidato do PR ganha uma injeção de ânimo que certamente vai repercutir no caixa da campanha. Na mesma proporção, os resultados não são nada animadores para a ex-prefeita Luizianne, que provavelmente fará revisões na estratégia de campanha.
Ao longo dos últimos dias, o mercado político criou a expectativa de que a petista já apareceria em segundo lugar na segunda rodada de pesquisas O POVO/Datafolha. Faltando três semanas para a eleição, o quadro pode se complicar para a ex-prefeita, que viu sua rejeição aumentar de 35% para 38% e seu índice de intenção de voto estancar, enquanto seus dois concorrentes mais diretos cresceram.
Com uma campanha curta, o tempo de reação não é o mesmo de disputas passadas. Agora, os números tendem a indicar tendências que não vão mudar com facilidade. Por isso, a pesquisa também não trouxe boas notícias para Heitor Férrer (PSB), que viu seu índice diminuir de 9% para 8%. Problema que fica ainda maior por causa do pouco tempo que o candidato tem no palanque eletrônico, os parcos recursos financeiros e uma coligação de baixa inserção junto aos eleitores. OPOVO