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SP revive guerra PT X PSDB, só que sem o PT

Quando a cortina subiu em São Paulo, a plateia estranhou as arrumações no palco. Haddad, que no espetáculo anterior fez o papel de poste, apareceu em cena desacompanhado de Lula, seu eletrificador. Marta, que era do núcleo enjeitado do PT, agora é a protagonista do PMDB. O tucanato, depois do último fiasco de bilheteria, escalou Doria, um bico virgem. Na boca de cena, Russomano, um gigante que costuma encolher durante o espetáculo.

Num primeiro momento, o eleitorado ficou meio atônito com os personagens fora de suas marcas. Ou em trânsito de um lado para o outro. Ou ajustando a pose às circunstâncias. Mas à medida que a campanha avança, as coisas vão voltando à velha anormalidade de sempre.

Segundo o Datafolha, o gigante Russomano já começou a encolher. Arma-se em cena uma nova guerra entre PT e PSDB, só que sem o PT. Dessa vez, parte do eleitorado que tem uma queda pelo petismo cogita buscar refúgio em Marta, uma ex-Chapeuzinho vermelho que se entregou à matilha de lobos maus do PMDB a pretexto de renegar a falta de ética do PT. 

O espetáculo ainda está em movimento. Os humores da plateia são testados cotidianamente. Nesta sexta-feira, por exemplo, o ex-poste Haddad arriscou o que lhe resta de intenção de voto numa aparição ao lado de Lula. Roçando cotovelos com Erundina no rodapé da pesquisa, o representante do PT, sem muito a perder, cutuca o eleitor com o pé para ver se faz cócegas. É grande o risco de ser mordido. JOSIAS DE SOUZA

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