PSDB e PMDB terão três vezes mais aliados que PT nas eleições
A mudança do cenário político nacional, com a ascensão de Michel Temer (PMDB) ao exercício da presidência da República, teve reflexos nas alianças para as eleições municipais deste ano. Maiores partidos da base aliada de Temer, PMDB e PSDB disputarão as eleições com três vezes mais partidos aliados em suas coligações do que o PT, levando em conta o cenário das 26 capitais.
Enquanto peemedebistas e tucanos terão uma média de quase sete partidos aliados em suas respectivas chapas nas capitais, o PT terá o apoio de, em média, dois partidos nas eleições deste ano.
Pela primeira vez no comando do poder central desde 1989, o PMDB terá candidatos em 16 capitais e vai priorizar grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Há quatro anos, foram apenas 12 candidaturas.
O PMDB comandará megacoligações no Rio, onde o candidato Pedro Paulo terá o apoio de15 partidos, e em Maceió, capital em que 14 partidos sustentam a candidatura de Cícero Almeida, apoiado pelo senador Renan Calheiros.
Já tucanos terão 13 candidatos, incluindo Firmino Filho, que disputa a reeleição em Teresina na maior coligação do país entre as capitais. O prefeito vai para a reeleição com o apoio de 21 partidos numa chapa que vai do PP ao PCdoB.
Isolado após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o PT disputará a prefeitura de 19 capitais, mas surge na condição de favorito apenas em Rio Branco.
O partido sairá com chapa pura ou com o apoio apenas do parceiro histórico PCdoB na 15 capitais. O principal objetivo das candidaturas é marcar posição e defender o legado do PT dos 13 anos em que esteve à frente do governo federal.
NOVAS ALIANÇAS
A alteração do cenário político nacional também resultou numa reconfiguração no perfil das alianças nas capitais.
Partidos que faziam parte da base de sustentação de Dilma Rousseff (PT) e formaram chapas comandadas por petistas em 2012, este ano terão PSDB e PMDB como aliados prioritários.
É o caso do PSD e do PP, que não apoiarão candidatos do PT em nenhuma das 26 capitais, mas estão entre os principais aliados, respectivamente de peemedebistas e tucanos.
"Há uma debandada. O pessoal dos partidos do centrão, incluindo vários ex-ministros de Dilma, apoiam o impeachment. Isso se reflete nas alianças municipais", avalia o cientista político David Fleischer, professor emérito da UnB (Universidade de Brasília).
Até mesmo o PDT, que foi contra o impeachment e é oposição a Temer, apoia o partido do presidente interino em cinco capitais, mas está com o PT só em São Paulo e Rio Branco.
"São alianças históricas que respeitam as particularidades locais", diz o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, justificando parcerias em cidades como Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Em outros casos, há uma reaproximação de PMDB e PSDB em capitais onde os partidos eram adversários.
Em Manaus, o PMDB do senador Eduardo Braga vai apoiar a reeleição do prefeito tucano Arthur Virgílio Neto. Há quatro anos, os peemedebistas eram adversários e apoiaram a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) para a prefeitura.
Os dois partidos também se reaproximaram na Paraíba, onde protagonizaram acirradas disputas entre os hoje senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e José Maranhão (PMDB). Ambos vão apoiar a reeleição do prefeito Luciano Cartaxo, que trocou o PT pelo PSD no ano passado.
O impeachment também aproximou PT e PSOL, partido fundado em 2005 por dissidentes petistas como Heloísa Helena e Luciana Genro.
Os dois partidos estarão juntos em Rio Branco, onde o prefeito Marcus Alexandre (PT) disputa reeleição, e em Palmas, onde o PSOL indicou a vice do petista Zé Roberto. Esta será a primeira vez em que o PSOL apoiará o PT em eleições de capital.FOLHA DE SP
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