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Renan critica relação PT-PMDB e diz que Temer não errará com PSDB

Ao defender uma maior participação do PSDB no governo do presidente interino, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez críticas à gestão anterior, da presidente afastada, Dilma Rousseff, nesta sexta (19). Ele afirmou que o PMDB "tem muita experiência" para não repetir na relação com os tucanos, a "relação periférica" que os peemedebistas tiveram com o governo petista.

 

"Eu acho que é fundamental esse espaço e acho que, do ponto de vista da participação do PSDB, eu acho que é fundamental uma participação mais direta do PSDB no governo, na definição de diretrizes, na especificação de políticas públicas. Acho que o PMDB tem muita experiência para não repetir na relação com o PSDB, a relação periférica que o partido teve com o PT no governo anterior", disse.

 

A aproximação do governo Temer aos tucanos foi novamente tratada entre as duas partes em um jantar na última quarta (17). Ficou combinado, por exemplo, que o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), passará a integrar as reuniões no Palácio do Planalto do núcleo econômico do governo.

 

O jantar foi organizado por Temer depois de seguidas críticas do PSDB a recuos do governo em medidas na área do ajuste fiscal. Em conversas reservadas, tucanos dizem que o governo começou muito vacilante e que isto não pode continuar depois do período de interinidade.

 

Eles afirmam que, para seguir apoiando o governo, é preciso que Temer seja mais duro na defesa das medidas econômicas. A declaração de Renan foi dada logo após ele sair de um longo encontro com Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. O encontro estava marcado inicialmente para acontecer nesta quinta (18), mas o peemedebista adiou o compromisso para acompanhar Temer e uma viagem ao Rio de Janeiro, onde participaram de reuniões sobre a Olimpíada.

 

Ex-aliados, Dilma e Renan conversaram por cerca de duas horas sobre a sessão de julgamento final do impeachment da petista, que começará a ser analisado pelos senadores a partir da próxima quinta (25) e sobre a participação dele na sessão.

Sobre o encontro com Dilma, Renan limitou-se a dizer que foi uma "conversa institucional", "muito boa e agradável". "Fizemos uma avaliação de como estamos enxergando a conjuntura", afirmou sem detalhar a opinião de cada um.

 

De acordo com Renan, eles também trataram do roteiro que foi estabelecido entre o Senado e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, e a ida da presidente ao Senado no dia 29 de agosto, quando ela fará um discurso aos parlamentares e responderá a questionamentos.

"Ela reafirmou que vai comparecer e vai ficar à disposição para responder qualquer pergunta", disse. O peemedebista afirmou ainda que a presidente "está bem e animada". Renan também não quis confirmar se votará nesta última fase. Ele não declarou sua posição nas duas etapas anteriores, quando os senadores decidiram por afastar Dilma temporariamente e quando a tornaram ré.

 

Além de Renan e Dilma, participaram do encontro também os ex-ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Eleonora Menicucci (Mulheres). Apesar do longo encontro, os convidados não almoçaram com Dilma. "Tomamos apenas uma água de coco", disse Renan.

 

Renan saiu do Palácio da Alvorada em direção à Base Aérea de Brasília. Ele embarca para São Paulo, onde se reunirá com Temer, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e integrantes da equipe econômica para discutir os rumos do setor.  FOLHA DE SP

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