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Eleição é marcada pela união entre antigos rivais políticos no Ceará

Novas regras eleitorais têm contribuído no redesenho do mapa das forças políticas no interior do Ceará. Rivais históricos, de décadas alguns, têm, pela primeira vez, ficado do mesmo lado em uma campanha municipal. As causas do fenômeno inédito passam por questões financeiras envolvendo o custo da campanha e, em outros casos, de cunho político — apesar de gestores negarem a versão oficialmente.

 

O POVO apurou junto a fontes ligadas a várias gestões municipais que a principal causa, de fato, passa pelo alto custo da campanha. Sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em setembro do ano passado, a minirreforma eleitoral proíbe a doação de empresas para a eleição.

 

Com pouco recurso para investir na disputa local, prefeitos têm desistido de concorrer à reeleição para apoiar, inclusive, nomes que até pouco tempo faziam oposição. A estratégia é, de alguma forma, se manter no governo, mesmo que seja na base aliada de antigos rivais.

 

Prefeito do município de Reriutaba, Galeno Taumaturgo (Pros), não vai concorrer à reeleição. O apoio vai ser para o candidato do PT, Régis Rego — que concorreu como vice na chapa de oposição em 2012. “A minha decisão (de não concorrer) é estritamente pessoal. Eu sou médico, trabalho em Fortaleza, e sempre quis fazer alguma coisa pela minha cidade. E fiz em 4 anos o que não fizeram em 90”, argumenta.

 

Ele diz, porém, que, apesar das novas regras aprovadas para reduzir o custo do processo eleitoral, o percentual do gasto não deve mudar em razão da aprovação da lei. “Eu acho que continua tudo do mesmo jeito, não se muda nada. As pessoas não levam a lei a sério. Leis no País tem muitas, mas poucas são verdadeiramente cumpridas”, afirma.

 

“A minha desistência é de cunho pessoal. Me afastei das minhas empresas e preciso voltar um pouco para elas”, diz, também negando oficialmente a falta de dinheiro como motivo principal, o prefeito do Crato, Ronaldo Sampaio Gomes de Mattos (PSC), que abriu mão de disputar o segundo mandato para apoiar o ex-opositor, deputado estadual Zé Ailton Brasil (PP).

 

Além da questão financeira, a aproximação se deu por conta do enfraquecimento político. Longe de lideranças do interior tanto do lado dos Ferreira Gomes quanto do PMDB de Eunício Oliveira, o prefeito precisou aceitar indicação do governador Camilo Santana (PT) com outras forças políticas locais.

 

Fenômeno

Cientista política da Universidade Federal do Ceará (UFC), Paula Vieira avalia que fenômenos como esse, até então inimagináveis, podem surgir nas campanhas eleitorais a partir das novas regras aprovadas no ano passado. 

Segundo ela, a união de rivais históricos é uma comprovação de que o poder do capital financeiro continuará protagonizando a realização das campanhas no Brasil mesmo que a minirreforma tenha objetivo de barateá-las. “Quem vai conseguir fazer campanha é quem tem dinheiro. Quem não tiver, optará por essas possibilidades de alianças”, concluiu. OPOVO

Wagner Mendes O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .b'; document.write(''); document.write(addy_text75316); document.write('<\/a>'); //-->\n O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

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