Lula vai agir para tentar tirar Tabata da eleição em SP, dizem petistas e pessebistas
No entorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e na cúpula do PSB, uma investida direta do presidente para tentar convencer a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) a abrir mão de sua pré-candidatura para a Prefeitura de São Paulo para apoiar Guilherme Boulos (PSOL) é dada como certa.
Uma das possibilidades discutidas entre aliados do presidente seria um convite para que Tabata assumisse um ministério, que poderia ser o de Ciência e Tecnologia.
A pasta é comandada por Luciana Santos, que é do PC do B, um dos partidos da coligação do PT, o que poderia fazer com que a troca fosse menos traumática. Além disso, trata-se de área de interesse e de atuação parlamentar de Tabata.
Lula adotou a estratégia em 2022, quando pediu a Boulos e Márcio França (PSB) que abandonassem suas pré-candidaturas para o governo de São Paulo para apoiar Fernando Haddad (PT), que chegou ao segundo turno com o apoio dos dois, mas perdeu para Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Na capital, a saída de Tabata poderia, em tese, facilitar a tentativa de Lula de transformar a disputa municipal em um duelo entre ele e Jair Bolsonaro (PL), cujo apoio é pleiteado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Na última semana, Lula disse que a eleição em São Paulo será "uma confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente, é entre eu e a figura".
A aliança com Tabata também ampliaria o arco partidário de Boulos, que tem tentado transmitir a ideia de frente ampla contra o bolsonarismo, mas que até o momento conta com três partidos: PT, PDT e PSOL.
No grupo político da deputada e também no PSB, a avaliação é de que a pré-candidatura será levada a cabo, mesmo com possíveis pressões externas.
Na quinta-feira (25), Tabata fez o lançamento de sua pré-candidatura em São Paulo, com a presença do ministro Márcio França (Empreendedorismo), do apresentador José Luiz Datena (que poderá ser seu vice), de sua equipe de campanha e de pré-candidatos a vereador pelo PSB.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, membro do PSB, participou virtualmente do evento.
Em dezembro, durante reunião ministerial, Lula pediu esforço maior por um acordo entre candidatos de partidos do governo na eleição municipal de 2024. Dirigindo-se a Alckmin, citou especificamente o caso de São Paulo, onde, até o momento, eles ocuparão palanques diferentes.