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Ciro fala em 'esquerda caviar do Rio' que 'presta desserviço mortal'

Por Lucas Mathias — Rio de Janeiro / O GLOBO

 

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou na noite desta segunda-feira que o combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro é prejudicado pelo “burguês lá da Zona Sul” que fica “cheirando cocaína desbragadamente”. A declaração foi dada durante o “Programa do Ratinho”, no SBT, quando o pedetista explicava como pensa um policial que vive em regiões violentas, no Rio de Janeiro.

 

Para Ciro, conforme explicou, sua proposta para o tema é “federalizar o combate ao crime organizado”. Na sua avaliação, o convívio de agentes de polícia e criminosos, na periferia onde moram, causa um “pacto de não agressão” e, por isso, é preciso enfrentar o problema de fora.

— Quero assumir pra mim, na Presidência da República, que vou federalizar o combate ao crime organizado. Não é porque quero ser o valentão, não, isso é um negócio difícil. É porque aprendi, com a minha experiência, que a polícia local não tem capacidade de resolver isso por uma circunstância: porque o policial é trabalhador — diz Ciro.

 

Ao completar seu raciocínio, o pedetista disse que, sob o medo de ver sua família em risco no local onde vive, os agentes comparam sua realidade à “esquerda caviar do Rio de Janeiro que presta um desserviço mortal ao Rio e para o Brasil”. Esse grupo, de acordo com Ciro, fala em “combater o fascismo cheirando cocaína desbragadamente”, e que “nunca houve uma batida policial” em seus apartamentos.

— Por ser trabalhador, ele (o policial) e a família dele moram na periferia. Ele sai para trabalhar e a família fica ali. Ou ele tem o pacto de não agressão com a facção criminosa, ou o terror vai tomar conta. E ele (o policial) vai relativizando. Ele acha: “Olha, eu vou combater aqui o narcotráfico quando sei que o burguês lá da Zona Sul do Rio, falando de combater o fascismo, está cheirando cocaína desbragadamente, e nunca houve uma batida policial nos apartamentos da esquerda caviar do Rio de Janeiro que presta um desserviço mortal ao Rio e para o Brasil” — completou.

 

O discurso foi alvo de críticas nas redes sociais ainda na noite de ontem e na manhã desta terça-feira. Em terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes tem tentado ampliar seu eleitorado, inclusive com acenos a eleitores de Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), primeiro colocado, tem tentado convencer ciristas a votarem no PT como “voto útil”, em busca de vencer Bolsonaro ainda no primeiro turno.

'O PT, se você deixar, bate sua carteira'

Também durante a entrevista ao Programa do Ratinho, Ciro disse que o Partido dos Trabalhadores (PT) se tornou uma "organização criminosa", que "roubou o termo da esquerda" no Brasil. O pedetista também voltou a fazer críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, segundo ele, tem feito mal "muito extenso" ao país. A declaração foi dada depois que Ciro foi questionado, na entrevista, se pertencia à esquerda ou à direita.

— O meu projeto é de centro-esquerda. Porque o centro é o seguinte: apoiar quem produz e quem trabalha. Eu já me cansei muito de conversa mole. No Brasil, até esse termo, de esquerda, foi roubado pelo PT. Aliás, o PT, se você deixar, bate sua carteira, virou uma organização criminosa. Tem umas exceções? Tem. Mas, infelizmente, é duro de eu dizer isso, e é por isso que me afastei. Para nunca mais chegar perto dessa gente, porque o mal que o Lula tem feito ao Brasil é muito extenso — afirmou Ciro.

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