A nova pesquisa presidencial do Ipec (ex-Ibope)
Por Lauro Jardim / O GLOBO
A segunda pesquisa presidencial do Ipec (ex-Ibope) será divulgada na noite de segunda-feira, dia 29, exatamente duas semanas após a primeira. Encomendada pela Globo, será realizada entre sexta-feira e a própria segunda-feira, data das últimas entrevistas. O instituto entrevistará presencialmente 2.000 pessoas acima de 16 anos em todos os estados brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Na pesquisa de duas semanas atrás, Lula (44%) liderava com doze pontos percentuais às frente de Jair Bolsonaro (32%). Ciro Gomes e Simone Tebet apareciam muito atrás, com 6% e 2%, respectivamente.
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A importância dessa pesquisa será a de mostrar o impacto de alguns fatos que movimentaram a campanha presidencial nos últimos dias. São basicamente três.
Primeiro, a declarada "guerra religiosa" deflagrada pelo bolsonarismo contra Lula. A campanha de Bolsonaro criou demônios imaginários e os lançou sobre o petismo, com Michelle Bolsonaro e uma turma de pastores estridentes no pelotão de artilharia. O QG de Lula que pretendia insistir numa estratégia de só falar de economia, foi obrigado a entrar no espinhoso tema. O Ipec poderá dar uma dimensão sobre o quanto essa batalha religiosa mexeu com o voto dos brasileiros.
Outro fator relevante são as entrevistas dos candidatos no Jornal Nacional. Pela primeira vez, Lula, Bolsonaro, Ciro e Simone estão falando nesta campanha para um público estimado entre 30 milhões e 40 milhões de pessoas.
E, finalmente, há ainda o fator Auxílio Brasil. A pesquisa anterior, foi realizada dias depois de o benefício começar a ser pago. Na segunda-feira, já terão se passado 20 dias da primeira liberação do auxílio. Portanto, espera-se (tanto na campanha de Bolsonaro quanto na de Lula) algum grau de melhora nos números de Bolsonaro. Mas quanto? É uma resposta que ninguém tem. O desenrolar da corrida eleitoral e talvez essa pesquisa poderão começar a responder a essa dúvida.
No questionário do Ipec, há perguntas sobre em quem o entrevistado vai votar para presidente (e na qual ele vai responder tanto de forma espontânea quanto estimulado por uma lista de nomes), assim como se a decisão já é definitiva e o grau de rejeição a cada um dos candidatos e qual a expectativa sobre quem vencerá o pleito, independentemente do candidato escolhido.
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O Ipec está querendo saber ainda em quem o eleitor vai votar num segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o nível de aprovação do governo e se o brasileiro está otimista em relação ao futuro do país.
E também não deixará de lado o candente tema da religião. Além de perguntar se o entrevistado é adepto de alguma e de qual, o Ipec vai querer saber ainda se a religião do candidato tem influência no voto.