Começa oficialmente a eleição mais importante desde a redemocratização.
Começa formalmente nesta terça-feira, dia 16 de agosto, a temporada eleitoral de 2022. Será a eleição mais importante dos últimos 37 anos, desde o início da redemocratização do país. Dessa vez, além da busca de soluções para velhos problemas —miséria, crise econômica, corrupção e tantos outros— o debate envolve o futuro da própria democracia. O país é levado a discutir problemas que imaginava não ter. Por exemplo: a confiabilidade do sistema eleitoral e o comprometimento das Forças Armadas com sua missão constitucional.
Na prática, a campanha começou faz tempo. Mas era chamada hipocritamente de pré-campanha. Agora, os candidatos à Presidência, aos governos estaduais, ao Congresso e às Câmaras Legislativas podem pedir votos abertamente, sem dissimulações. Estão formalmente autorizados comícios, carreatas, motociatas, panfletos, santinhos e vídeos nas redes sociais. A partir do dia 26, vai ao ar a campanha no rádio e na TV.
A disputa presidencial é marcada pela ultrapolarização. Segundo a última pesquisa do Datafolha, quase oito em cada dez eleitores (76%) optam por Lula ( 47%) ou Bolsonaro (29%). A menos de 50 dias para a eleição, candidatos alternativos como Ciro Gomes e Simone Tebet têm pouca margem de manobra.
Lula e Bolsonaro escolheram o Sudeste para o início formal da batalha. Essa região abriga 42,6% dos eleitores do país. Será decisiva para o resultado da disputa. Bolsonaro tenta ressuscitar o antipetismo que o impulsionou em 2018. Lula se esforça para evitar que o rival anule nos maiores colégios eleitorais a vantagem que ele leva nos nove estados do Nordeste.
Lula fará um retorno simbólico às origens, distribuindo panfletos na porta de fábricas do ABC paulista. Bolsonaro irá à cidade mineira de Juiz de Fora, onde recebeu a facada que lhe permite sustentar até hoje o lero-lero místico segundo o qual ocupa o trono como uma missão divina..