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Ivo diz que apoio de Cid a Roberto Cláudio 'não existe', em meio a atritos da família Gomes no Ceará

Por Lucas Mathias — Rio de Janeiro O GLOBO

 

O prefeito de Sobral (CE), Ivo Gomes, usou suas redes sociais nesta quarta-feira para questionar a atitude do próprio partido, o PDT. A sigla tenta associar a imagem do senador Cid Gomes, seu irmão, à candidatura do também pedetista Roberto Cláudio ao governo do Ceará, embora o congressista tenha se posicionado de forma contrária à decisão. A manifestação representa mais um capítulo de atritos na família Gomes, que envolve também o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes.

 

O PDT entrou na Justiça para tentar impedir a divulgação do resultado de uma pergunta da pesquisa Real Time Big Data, que relaciona as candidaturas para governador aos principais nomes da disputa presidencial. Na ação, a sigla argumenta que outros nomes do cenário local poderiam ter influência ainda mais importante no pleito que os presidenciáveis, e cita o senador Cid Gomes, classificado como “a mais expressiva liderança política dentro do Estado do Ceará”. Para o PDT, a pesquisa também deveria levar em conta o apoio do congressista entre as opções, dada sua influência entre os eleitores cearenses.

 

Nas redes, Ivo questionou a ação judicial: “Engraçado, pra não dizer outra coisa, o meu partido. Ignora e alija Cid do processo de escolha do candidato. Agora quer enganar os entrevistados de pesquisa exigindo na Justiça a menção de um apoio do mesmo Cid a RC [Roberto Cláudio], apoio esse que simplesmente não existe”, escreveu Ivo. Os atritos entre os irmãos Gomes começaram no mês passado, com divergências em relação à escolha do candidato pedetista ao governo do Ceará. Com dificuldades para formar alianças e impulsionar sua candidatura presidencial, Ciro Gomes mergulhou na campanha estadual em um esforço para evitar uma derrota em seu principal reduto eleitoral.

 

Mas enquanto Ciro atuou pela candidatura do aliado Roberto Cláudio (PDT), Cid e Ivo, seus irmãos, não apoiaram a iniciativa. Cláudio foi escolhido candidato após uma disputa interna no partido com a atual governadora Izolda Cela (PDT), apoiada pelo ex-governador Camilo Santana (PT), aliado próximo a Cid. Camilo renunciou ao governo em abril para concorrer ao Senado, deixando a vice no cargo.

 

No discurso no lançamento de Roberto Cláudio ao governo local, Ciro criticou a “prepotência de lideranças” que teriam abandonado seu grupo “por uma ninharia ou um carguinho de ministro” — uma indireta a Camilo, a quem já havia acusado anteriormente de ter um acordo com Lula para um futuro governo. Ciro também criticou a atual gestão estadual, afirmando que a população “está passando um péssimo bocado (com) desemprego, carestia e violência”.

 

A fala do pedetista, que implodiu de vez a relação com Camilo, ocorreu três dias depois de o irmão, Cid, ter se encontrado com o ex-governador petista em Sobral, em um esforço para apaziguar os ânimos e evitar ataques entre ex-aliados na campanha. Por ora, quem lidera as pesquisas ao governo é Capitão Wagner (União), apoiado por Bolsonaro. Aliados de Ciro, por sua vez, acusam Izolda e Camilo de uso da máquina estadual para atrair o apoio de prefeitos e deputados e tentar esvaziar a candidatura de Cláudio, cujo nome foi vetado pelo PT à época das discussões para manutenção da aliança com o PDT.

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