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PT já se prepara para enfrentar segundo turno

Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista. / folha de sp

O PT intensificou as negociações para tentar liquidar a eleição presidencial com a vitória de Lula no primeiro turno. A ordem interna, no entanto, é se preparar para a possibilidade de enfrentar Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.

Antes mesmo da divulgação de pesquisas que mostram que a avaliação do governo federal teve ligeira melhora, e que a distância entre Lula e Bolsonaro, especialmente entre os mais pobres, caiu, a determinação já era evitar o clima de euforia com a possibilidade de vitória na primeira rodada.

Lula ainda mantém ampla vantagem nas pesquisas contra Bolsonaro.

De acordo com o mais recente levantamento do instituto Datafolha, ele teria hoje 47% dos votos totais no primeiro turno das eleições, contra 29% de Bolsonaro. E poderia, portanto, ganhar por estreita margem de erro no primeiro turno: considerando-se os votos válidos, ele chegaria hoje a 52%, contra 32% do presidente da República.

Pesquisas de outros institutos também revelam estabilidade na disputa, mas com ligeira melhora de Bolsonaro.

Nesta quarta (3), a pesquisa Genial/Quaest mostrou Bolsonaro oscilando positivamente um ponto, de 31% em julho para 32%, e Lula, oscilando um ponto para baixo, de 45% para 44% –dentro da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais.

Pesquisa do instituto Ipespe, financiada pela XP e divulgada em julho, mostrou Bolsonaro com 35% e Lula com 44%.

De acordo com interlocutores, o ex-presidente, no entanto, tem repetido que pleitos presidenciais no Brasil, em sua grande maioria, se resolvem apenas no segundo turno.

Integrantes de sua campanha também repetem que as eleições não são ganhas em pesquisas, mas nas urnas. E que ainda faltam dois meses para que a população escolha o nome que pretende ver na Presidência da República.

É preciso, ainda, ter sangue frio para lidar com oscilações nas pesquisas, e evitar tanto o clima de "já ganhou" quanto o de "já perdeu".

Coordenadores da equipe eleitoral do petista afirmam ainda que o estreitamento da diferença entre ele e Bolsonaro não surpreende.

O presidente da República seria um adversário forte, que tem os instrumentos de governo para adotar políticas públicas que se revertam em votos. E não está hesitando em usá-los para isso.

Os maiores exemplos são o Auxílio Brasil turbinado, de R$ 600, e o pagamento de R$ 2.000 a taxistas e caminhoneiros para subsidiar a compra de combustíveis.

Na arena política, o PT segue se esforçando para somar apoios ainda no primeiro turno.

O PROS declarou apoio a Lula, e o partido negocia com o pré-candidato André Janones (Avante) para que ele retire a candidatura e suba no palanque do petista ainda no primeiro turno.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH ​

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