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Como os presidenciáveis enriqueceram?

A discussão suscitada em torno de quanto Sergio Moro recebeu da empresa de consultoria americana Alvarez & Marsal, traz à baila uma questão que deveria mesmo ser alvo de uma CPI, conforme propôs o PT para investigar os valores que o ex-juiz recebeu no exterior. Mas a CPI deveria ser ampla, geral e irrestrita, ou seja, deveria ser criada para investigar todos os candidatos a presidente, desde os que enriqueceram trabalhando honestamente, como foi o caso do presidenciável do Podemos, até os que enriqueceram se locupletando do dinheiro público, como foi o caso do petista Lula da Silva.

Como os processos da Lava Jato mostraram, o petista ficou milionário às custas de propinas de empreiteiras da Petrobras. E esse é também o caso do presidente Bolsonaro e seus filhos, que são suspeitos de enriquecer por conta de rachadinhas em seus gabinetes parlamentares. Sem contar o uso do cartão corporativo da presidência, que banca as mais elementares despesas pessoais da família real.

No caso de Moro, está claro que ele recebeu recursos da uma empresa privada, que não recebe um centavo de dinheiro público e, portanto, não deveria estar sendo objeto de investigação de CPI sugerida pelos petistas apenas para atingi-lo. A CPI do Moro chegou a ser defendida pelo presidente do PT, Gleisi Hoffmann, mas ela foi dissuadida a desistir do projeto a pedido do próprio Lula.

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O presidenciável petista percebeu que uma CPI como essa poderia atingi-lo. Seria um tiro no pé. Afinal, como explicar o fato de Lula possuir uma pequena fortuna de R$ 50 milhões em contas bancárias, sem nunca ter acertado na loteria ou ter recebido herança milionária de algum parente?

Mas se uma comissão de investigação viesse a ser formalizada, certamente o ex-juiz não se furtaria a mostrar os documentos a respeito dos valores que recebeu em Washington. Até porque, o dinheiro recebido foi fruto do seu trabalho intelectual e de sua longa experiência a respeito de como as empresas malfeitoras agem para desviar recursos públicos. Resta saber se os demais candidatos a presidente se disporiam a abrir suas contas pessoais para explicar de onde veio o que dinheiro que os fizeram milionários.

Germano Oliveira / ISTOÉ

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