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Irmão de Eduardo Campos diz ser ameaçado de morte e pede proteção a Sérgio Moro

Vinícius Valfré, O Estado de S.Paulo

11 de fevereiro de 2020 | 12h45
Atualizado 11 de fevereiro de 2020 | 14h48

BRASÍLIA - Tio do deputado João Campos (PSB-PE),  o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, entidade ligada ao Ministério da Educação, Antônio Campos, alega ser alvo de ameaças de morte e, por isso, vai pedir proteção ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele não quis dizer quem é o autor das ameaças.

Antônio Campos
Antônio Campos, tio de João, diz que sobrinho foi ‘nutrido na mamadeira’ da Odebrecht.  Foto: MARLON COSTA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS(2018)

"Estarei protocolando, na data de hoje, requerimento perante o Ministro da Justiça comunicando os fatos de forma circunstanciada e pedindo as garantias de vida e as prerrogativas de testemunha juramentada não ser intimidada" disse, em nota. 

Único irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Tonca, como é conhecido, afirmou que as ameaças são antigas, mas que voltaram a ocorrer após conceder entrevista ao Estado na qual trata dos desentedimentos com o sobrinho deputado e após ser ouvido como testemunha em um investigação do Ministério Público Federal pernambucano. A apuração, segundo Tonca, está relacionada à gestão do PSB no Estado.

Antônio e João Campos protagonizaram briga recente

Antônio Campos esteve no centro de uma briga política fratricida em Pernambuco que envolve, além de sobrinho João Campos, a mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes.

Em audiência com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em dezembro, João Campos disse que o tio, Antônio, era "sujeito pior" que o ministro. Ana Arraes criticou o neto pelo ataque e Tonca disparou críticas ao filho e à viúva de Eduardo, Renata Campos.

Antes mesmo de a mãe tomar partido no conflito, Antônio Campos havia soltado uma nota por meio da qual acusava o sobrinho de ter sido “nutrido na mamadeira da empresa Odebrecht”. Antônio disse, ainda, que Pernambuco precisava conhecer o “lado obscuro” do sobrinho e de Renata Campos. João é considerado um representante da “nova política”, ao lado dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).

Ao Estado, Antônio admitiu que a confusão não é boa para a família, mas continuou com as críticas e provocou o sobrinho. “Ele quis se mostrar para a sua nova namorada, a deputada Tabata Amaral”, disse o tio. “Foi um ataque gratuito porque estava fora do contexto. Fui o homem que mais defendeu o pai dele, inclusive no complexo caso dos precatórios, em que Eduardo teve denúncia rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. E, hoje, eu o vejo abraçado e defendendo vários que chamavam o pai dele de ladrão. Não consigo entender.”

O PSB de João Campos atua no espectro da esquerda. Antônio, por sua vez, é crítico dos petistas e de alianças com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para lembrar: a disputa por Recife

A disputa pela prefeitura do Recife na eleição municipal deste ano também deve colocar em lados opostos os dois principais herdeiros políticos do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, como mostrou reportagem do Estado publicada em dezembro. O deputado federal João Campos (PSB), de 26 anos, foi escolhido pelo partido disputar a capital pernambucana. Sua principal adversária, no entanto, é a também deputada Marília Arraes (PT), 35 anos, que é neta de Arraes e prima de segundo grau de João. Essa disputa familiar só não deve ocorrer se o PT mantiver aliança com o próprio PSB no Estado e ‘rifar’ a candidatura de Marília para apoiar João. 

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