Vítima de fake news, PT 'experimenta veneno que espalhou', dizem adversários
BRASÍLIA — Obstáculo ao crescimento de Fernando Haddad (PT) nesta reta final de campanha, a onda de fake news que se alastra na corrida eleitoral já foi um importante propulsor de votos para petistas em eleições passadas. A constatação é de adversários políticos do PT que, em outras corridas eleitorais, em sua maioria do PSDB , sofreram com a tática de desinformação nas redes sociais, na TV, no telemarketing e noWhatsApp . Para eles, o petismo experimenta, agora, o “veneno que espalhou” no passado.
— O PT sempre usou isso para destruir a reputação dos outros. Ele está experimentando do veneno que espalhou antes. Já fui vítima. Em 2014, eles fizeram uma verdadeira fake news e me derrotaram (para o governo do Rio Grande do Sul), atacando meu maior patrimônio, o moral — diz a senadora Ana Amélia (PP), que disputou o primeiro turno presidencial este ano para vice-presidente da República na chapa de Geraldo Alckmin. Na corrida pelo governo do seu estado naquele ano, Ana Amélia acabou fora do segundo turno, embora tenha passado a campanha bem colocada nas pesquisas eleitorais. Ela atribui a derrota a uma propaganda de Tarso Genro (PT), um de seus concorrentes, que a acusava de ter omitido uma propriedade rural da declaração de bens.
— Só que eu não podia colocar porque estava no inventário do meu marido. Todo dia, eles repetiam: ela omitiu isso. O que vai omitir quando assumir o governo? Isso é criminoso. Eles estão sentindo esse peso agora, depois de alimentar as fake news — afirma a senadora. Nas últimas eleições presidenciais, adversários dos petistas acusaram o partido de espalhar boatos, especialmente no Nordeste, de que o Bolsa Família iria acabar, caso a então presidente Dilma Rousseff (PT) não fosse reeleita. Aliados de Aécio Neves (PSDB), seu concorrente no segundo turno de 2014, dizem que foi a militância do partido propagandeou que o tucano era dono do helicóptero que foi apreendido em 2013, com cocaína, no Espírito Santo. A aeronave não era de Aécio, mas foi atribuída a ele porque estava registrada em nome de uma empresa do qual era sócio o filho do senador Zezé Perrella (MDB), aliado político do tucano. Em outra fake news espalhada por militantes petistas, segundo o próprio Aécio, era a participação de uma filha sua num negócio de contrabando de diamantes
— Vocês conhecem a sórdida campanha de mentiras e calúnias patrocinada pelos meus adversários contra mim, na internet. Mas, agora, eles conseguiram ser ainda mais covardes ao envolver a minha família, minha filha e minha ex-esposa, em outra mentira irresponsável, fabricada para me atingir — disse o tucano na época, durante a eleição de 2014.