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Entre derrotar a direita ou a extrema-direita e manter a hegemonia da esquerda, o PT escolheu segundo caminho

Se o PT sabe que está morto como projeto hegemônico — e está —, não podia abrir mão de manter a hegemonia da esquerda — ou, ainda melhor, das esquerdas. Ciro sempre foi leal ao partido nas alianças políticas, desde a vitória de Lula, em 2002, mas tinha vida própria e não era um deles. Entre vencer a direita ou a extrema-direita, mas sendo eventualmente reduzido ao papel de coadjuvante, e correr o risco de perder, mas seguindo protagonista na vida pública, ainda que liderando a oposição, Lula escolheu o segundo caminho.

Assim, os que se sentem constrangidos, estarrecidos ou amuados que seja Bolsonaro a liderar um dos polos da opinião têm de lembrar que assim as coisas são porque o PT fez uma escolha. E, por óbvio, há uma legião de não-esquerdistas — liberais, sociais-democratas, democratas ou simplesmente amantes da civilidade política — que não se sentem contemplados pelo bolsonarismo e que lamentam que o PT tenha pensado primeiro em seu próprio protagonismo.

Ou por outra: essa espécie de frente ou movimento antifascista com que o partido acena no segundo turno — embora evite tal nome, no que faz bem porque é conversa de iniciados — deveria ter sido efetivada no primeiro turno.
Continua aqui REINALDO AZEVEDO

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