PSDB decide não apoiar Bolsonaro nem Haddad e libera diretórios para fazer a escolha que quiserem
O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, informou nesta terça-feira (9) que o partido não apoiará Jair Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Segundo ele, a legenda também não vai compor o governo de quem vencer.
O anúncio foi feito por Alckmin após reunião da Executiva Nacional do PSDB. Ex-governador de São Paulo, ele disputou a eleição presidencial pela segunda vez e ficou em quarto lugar – recebeu 5.096.349 votos (4,76%).
Segundo Alckmin, a cúpula do PSDB decidiu liberar os diretórios estaduais da legenda e os filiados para fazer a escolha que quiserem.
"O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes. Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro", afirmou.
De acordo com Alckmin, o filiado ao PSDB que anunciar apoio a Haddad ou a Bolsonaro o fará em "caráter pessoal, não em nome do partido".
'Terceira via'
Durante a campanha presidencial, o tucano tentou se apresentar como alternativa a Bolsonaro e a Haddad, afirmando que os dois candidatos representavam o "radicalismo" de direita e de esquerda.
A mesma estratégia foi adotada por Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB).
"Nós não nos sentimos representados nem por um nem pelo outro. Falamos isso a campanha inteira. Só estamos repetindo de forma coerente aquilo que nós falamos na campanha. [...] É evidente que o partido não estará em governo nenhum", declarou.
Nesta terça-feira, Alckmin disse que, na opinião dele, o PSDB deve fazer oposição a Haddad e a Bolsonaro.
"Aquilo que for interesse do país, o PSDB coerentemente apoiará. Agora, no segundo turno, nós não apoiaremos nem um nem outro. Eu, a exemplo do presidente FHC, a minha posição é nem um nem outro. Oposição aos dois. Posição minha, pessoal", declarou.
João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo — Foto: Celso Tavares/G1
João Doria
Antes da reunião da Executiva do PSDB, João Doria, candidato tucano ao governo de São Paulo, defendeu que o partido tomasse uma posição diferente da neutralidade.
Doria já anunciou que apoiará Jair Bolsonaro no segundo turno. Nesta terça, ele repetiu o posicionamento.
"Eu tomei a minha posição com clareza. Voto e apoio Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições. Contra Lula, contra o PT e contra Fernando Haddad. De forma muito clara", afirmou.
Ex-prefeito de São Paulo, Doria chamou o candidato petista de "fantoche" e declarou que tem um "projeto liberal, que vem sendo defendido pelo candidato Bolsonaro". G1