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Chuva dos primeiros meses no ano anima agricultores no Cariri cearense

No Ceará, depois de seis anos de seca, finalmente os agricultores estão felizes com a lavoura. Para onde se olha, o verde tomou conta da região do cariri no sul do estado. é o resultados das boas chuvas de janeiro, fevereiro e março. e que, somadas, já registram praticamente o mesmo volume do que se via por aqui num ano inteiro.

O verde tomou conta na região do Cariri no sul do estado. É o resultado das boas chuvas de janeiro, fevereiro e março - e que somadas já registram o mesmo volume do que se via na região, em um ano inteiro.

No município do Crato, o acumulado já passa dos 300 milímetros. Com isso, as plantações ganharam força e atingiram um importante estágio no crescimento. "As culturas principalmente de feijão elas já estão já no ponto, florando e vageando", diz Franciso Lossi, agrônomo - Emater/CE.

 
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Francisco Lossi é agrônomo e gerente regional da Emater/CE no Cariri. Para ele, 2018 pode ser um momento de retomada. "Estamos acreditando que seja o ano da virada. Porque tem tudo para dar certo. O mais importante é que o intervalo entre algumas chuvas e outra foi muito curto. Exatamente o que a lavoura precisa. Não para recarga de barreiros, de açudes, de cisternas, porque esse volume não foi suficiente", esclarece.

Sem água nos açudes, de nada adianta a irrigação. Os equipamentos já estão sem uso há cinco anos. "Essas instalações já estão enferrujanto. Isso é falta de água que não tem no reservatório que abastece ele. Falta de uso provoca isso", explica Diocleciano Ferreira da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato.

A pouca chuva que se apresentou na região nos últimos seis anos fez minguar a produção dessa importante região agrícola do Ceará. A colheita do feijão, por exemplo, segundo os últimos dados do IBGE, teve uma queda de 70%. A do milho, que é a principal cultura da região, despencou 80%. Daí, não é à toa que quando o céu fica carregado, enche o pessoal de otimismo.

Um otimisto cauteloso... "Ainda ninguém pode dizer que é o ano da fartura", declara Franciso de Montiê, agricultor. Além da lavoura de amendoim, Francisco também plantou gergelim, arroz, milho, mandioca... E ainda mantém parte do seu rebanho de vacas leiteiras. "Das sete me restam três. Duas morreram. Duas eu me desfiz, com medo de morrer também de fome", conta.

Para vencer o período de seca, ano a ano os agricultores foram reduzindo a área plantada. Mesmo com a chuva de agora, muita gente não arriscou voltar ao que tinha antes. É o caso de José Ferreira, que hoje capina o milho semeado no início do mês passado.

"Passamos de três hectares agora a gente só tá cultivando um hectare e meio. É para comer. Se sobrar a gente vende alguma coisa, mas o intuito é pra alimentação", afirma.

Na esperança de que não falte chuva, seu josé se apega na crença de que o clima desse ano só vai ser mesmo decidido a partir de amanhã, dia do santo que é o seu xará. "A gente como é agricultor, é devoto de São José, a gente sempre tem essa esperança que esse mês pelo menos caia chuva para nós tirar a nossa safra. Dia 19 de março é o dia dele. Pra  gente é sagrado o dia dele.

A volta das chuvas também trouxe alívio pra outras regiões do sertão nordestino, mas o bom desempenho das lavouras ainda depende da chuva nas próximas semanas.

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