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Dilma inventa um vírus, um ovo que pica, uma doença, um caos…

Vivemos em tempos de múltiplas barbáries — inclusive a do discurso. No sábado, em Recife, a presidente Dilma lançou, com 13 anos de atraso — refiro-me ao período em que o PT está no poder — um programa de combate ao Aedes aegypti, o mosquito que transmite os vírus da dengue e da chikungunya e o Zika vírus, que, tudo indica, está ligado ao surto de casos de microcefalia que se espalha especialmente pelo Nordeste, particularmente grave em Recife.

Não existe coisa fácil com Dilma Rousseff. Se alguém pedir que ela declame “Batatinha quando nasce”, fiquem certos de que a operação vai se perder em algum abismo da sintaxe. Não duvidem de que ela é capaz de se perder nos desvãos do ritmo, o que lhe dará tempo de fazer uma pausa para refletir em voz alta: “Mas o que é a batatinha?”.

Foi assim que ela já nos premiou com o lirismo da mandioca, que nunca mais será a mesma depois daquela reflexão.

Muito bem! No sábado, ela resolveu dar uma aula de Zika vírus. O vídeo segue abaixo. O trecho que transcrevo depois dele está entre 8min42s e 8min56s.

 

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Leiam o que disse a presidente: “Porque o mosquito transmite essa doença porque ele coloca um ovo. Esse ovo tem o vírus que vai transmitir a doença”

Entenderam? Dilma inventou o ovo que pica!!! Dilma inventou o ovo que voa! Alguém passou a esta senhora um briefing informando que o mosquito, macho ou fêmea, se alimenta de néctar. Mas a fêmea tem uma dieta adicional: sangue, necessário à maturação dos ovos.

E ela resolveu fazer, como se dizia na escola de antigamente, um “resumo com suas próprias palavras”. Deve ser mais ou menos assim que ela governa. Acho que ela fez com a economia brasileira um resumo tão competente como essa aulinha que ela dá.

Um dia antes, participando da abertura da Conferência Nacional de Saúde, ela já tinha mandado ver:

Transcrevo: “E, agora, eu queria destacar uma questão, que é uma questão que está afetando o Brasil inteiro, que é a questão da vigilância sanitária: gente, é o vírus Aedes aegypti [que ela pronuncia “aegipsi”] , com as suas diferentes modalidades: chikungunya, Zika vírus. Nós temos de tratar a questão do Zika vírus com muita seriedade.” Vejam.

Viram? O mosquito virou vírus. E o vírus, diz ela, tem “modalidades”

No dia seguinte, foi para Pernambuco. Chegou lá e inventou o ovo que voa e pica.

Será que o Brasil merece isso? Sei lá, né? Foi eleita e reeleita. É possível que sim! Em tempo: o correto é microcefalia, não “microencefalia”. REINALDO AZEVEDO

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