Em dezembro de 2020, o ator Bruno Gagliasso escreveu em suas redes sociais que precisava "bater um papo com você, meu irmão branco. Um papo reto aqui entre nós que não somos o topo da pirâmide, mas estamos bem distantes da base".

Nos comentários, os internautas questionaram o “topo da pirâmide” ao qual o artista se referia. Se ele, dono de uma pousada na ilha de Fernando de Noronha, de restaurantes e de uma marca própria de roupas, não estava nela, quem estava?

Neste vídeo, nossa repórter Camilla Veras Mota mostra que não é preciso ir tão longe: a renda mensal média de quem está entre os 5% “mais ricos” no Brasil é de R$ 10.313, conforme os dados da pesquisa Pnad Contínua - Rendimento de todas as fontes 2019, do IBGE.

O corte para estar entre os 1%, ou seja, com renda média superior à de 99% da população brasileira adulta, é de R$ 28.659.

E a base da pirâmide é relativamente homogênea — 90% dos brasileiros têm renda inferior a R$ 3,5 mil por mês (R$ 3.422,00) e 70% ganha até dois salários mínimos (R$ 1.871,00, para um salário mínimo de R$ 998,00 em 2019).

Mesmo assim, a discussão sobre riqueza vai muito além da renda mensal.