Veja alguns ensinamentos dos brasileiros endividados
Reveja alguns ensinamentos que aprendemos com os brasileiros que abriram suas vidas para o Globo Repórter: “É importante, ao menor sinal de queda na renda, adaptar a vida à nova realidade”, diz o publicitário Leonardo. Depois que a ficha caiu, Leonardo voltou rápido para a casa da mãe. Só se arrepende de não ter guardado um pouco mais de dinheiro dos tempos de fartura. “As pessoas têm uma impressão falsa de que se precisa ter muito dinheiro para se fazer uma reserva financeira. Mas é importante deixar claro que a reserva pode começar com R$10, R$15, R$30. E por isso é importante a disciplina, porque se a gente fizer isso todo mês, ao final de cinco, dez anos, o montante é muito grande. Mas ele só vai crescer se houver a disciplina de fato”, conta a economista Marcela Kawauti.
Reserva - e muita disciplina, o que ajuda a combater outro grande vilão dos endividados.
“Existe uma coisa que a gente chama de gastos invisíveis. São aqueles gastos pequenininhos, então eu paguei um estacionamento, tomei um café, comprei um pão de queijo. Aquilo soma num dia pouco dinheiro, no mês soma muito dinheiro e a gente acaba muitas vezes, isso é o responsável por sair do orçamento”, explica a economista.
Mas com Seu Nazareno, não tem este papo de sair do orçamento. Tudo é anotado para não ter os tais gastos invisíveis.
“Esta disciplina não precisa vir de uma vez. Ela pode vir inclusive aos poucos. É como se fosse uma comparação com uma reeducação alimentar. Se a gente passa muito tempo comendo errado, comendo mal, é difícil a gente mudar a nossa alimentação de um dia para o outro. E se ater a este novo cardápio, funciona igual para a educação financeira”, diz Marcela Kawauti.
É claro que a Sílvia merece o prazer de usar o dinheiro que ganha com o esforço e o talento do trabalho. Mas este sentimento de ‘eu-mereço’ às vezes é o começo da ruína para muitos endividados. “O 'eu mereço' é uma questão que faz com que muita gente gaste mais do que necessário. A vida de todo mundo é difícil, ônibus cheio, trabalho complicado, chega no final do dia e a pessoa se dá um prazer. O problema é que um presente todos os dias pode fazer com que o orçamento fique comprometido no final do mês”, alerta a economista. E tem presente maior do que uma noite de sono sem o pesadelo das dívidas atrasadas? PORTAL G1