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‘Elas estão matando pessoas’: Biden denuncia empresas de mídia social por desinformação sobre vacina

Redação, O Estado de S.Paulo

16 de julho de 2021 | 20h43

WASHINGTON - O presidente americano Joe Biden expressou frustração com empresas de mídia social nesta sexta-feira, 16, ao afirmar que plataformas como o Facebook estão "matando pessoas" ao permitir que desinformação sobre vacinas se espalhem.

A declaração contundente de Biden vem após semanas de queixas na Casa Branca sobre a disseminação de mentiras e desinformação sobre a vacina, enquanto o ritmo de imunização do país diminui e autoridades de saúde alertam para o perigo crescente da variante Delta.

Pouco antes de embarcar no Marine One para um fim de semana em Camp David, Maryland, Biden foi questionado sobre qual era sua mensagem para as plataformas de mídia social quando se tratava de desinformação relacionada à pandemia.

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O presidente americano Joe Biden criticou empresas de mídia social Foto: Brendan Smialowski/AFP

“Elas estão matando pessoas”, disse. “Olha, a única pandemia que temos está entre os não vacinados."

Biden falou um dia após o cirurgião-geral dos Estados Unidos , Vivek Murthy, usar sua primeira assessoria formal para criticar empresas de tecnologia e mídia social que não impedem a propagação de informações perigosas que representam "uma ameaça urgente à saúde pública".

O governo Biden já havia alertado sobre a disseminação de informações errôneas sobre vacinas e o coronavírus propagadas por várias fontes, incluindo políticos e veículos de notícias.  Nesta semana, no entanto, os funcionários da Casa Branca foram além e apontaram diretamente para as empresas de mídia social. A acusação  aconteceu depois de semanas de tentativas fracassadas de fazer o Facebook entregar informações detalhando quais mecanismos existem para combater a desinformação sobre a vacina, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

"Há cerca de 12 pessoas produzindo 65% da desinformação contra vacinas nas redes sociais. Todas permanecem ativas no Facebook, embora algumas tenham até sido proibidas em outras plataformas pertencentes à empresa", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, sem citar nomes. “O Facebook precisa ser mais rápido para remover mensagens perigosas e que violam as regras. Elas persistem por dias. É muito tempo. As informações viajam muito rápido”, acrescentou.

"A desinformação custa vidas", afirmou o diretor médico dos Estados Unidos, Vivek Murthy. "Os grupos de tecnologia permitiram que ela contaminasse o nosso ambiente", afirmou, pedindo uma ação "rápida e consistente contra os maiores distribuidores" de informações falsas.

Facebook rebate críticas

O grupo de Mark Zuckerberg, que contratou um exército de verificadores de dados independentes para tentar limpar seu conteúdo, rebateu as afirmações da Casa Branca. "Não irão nos distrair as acusações que não forem respaldadas por fatos", disse à Agência France-Presse um porta-voz do Facebook.

Mais de 2 bilhões de pessoas tiveram acesso à informações verificadas sobre a covid e as vacinas, muito mais do que em qualquer outro site, afirmou o grupo. "Mais de 3,3 milhões de americanos também usaram nossa ferramenta de busca sobre vacinas para pesquisar onde e como se vacinar. Os fatos mostram que o Facebook está ajudando a salvar vidas."

Antes, a empresa de Zuckerberg afirmou que havia removido mais de 18 milhões de informações incorretas sobre o novo coronavírus e distribuído informações confiáveis sobre a covid-19 e vacinas para mais de 2 bilhões de pessoas.

Vacinação perde o fôlego

Os Estados Unidos trabalham para dar novo gás à vacinação contra o coronavírus, especialmente em face da rápida disseminação da variante Delta. De acordo com as autoridades de saúde, o atual aumento de infecções e mortes por covid-19 em todo o país afeta quase exclusivamente pessoas que não foram vacinadas. "Há uma mensagem clara sendo transmitida: isso está se tornando uma pandemia de não vacinados", afirmou Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nesta sexta-feira.

Muitos dos que se recusam a tomar a vacina, apesar da fácil disponibilidade de doses nos Estados Unidos, disseram não confiar na imunização. O ceticismo é alimentado tanto por postagens falsas de ativistas antivacinas nas redes sociais, quanto por políticos republicanos que afirmam que as vacinas são parte das tentativas de controle do governo. /NYT e AFP

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