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Vacina não é tudo - ÉPOCA

A vacina não é o único determinante no sucesso contra a pandemia. Além da eficiência, contam fatores como cobertura com uma e duas doses, ritmo da vacinação, distanciamento social e cuidados com higiene.

— Israel abriu antes do tempo e voltou a ver o número de casos subir. O Chile também. Algumas pessoas pensam na vacina individualmente, mas a proteção depende do coletivo. Numa circulação de vírus elevadíssima como a do Brasil, todos estão em risco. Pensar no coletivo também é pensar na segurança individual — adverte Kfouri.

Vacinação não é suficiente para conter a pandemia, alertam pesquisadores; população deve manter cuidado com higiene e distanciamento social Foto: Felipe Nadaes
Vacinação não é suficiente para conter a pandemia, alertam pesquisadores; população deve manter cuidado com higiene e distanciamento social Foto: Felipe Nadaes

O geneticista Renato Santana, professor da UFMG que estuda variantes do coronavírus, diz que, mês a mês, se observa uma queda na mortalidade de idosos, vacinados primeiro, e o crescimento da mesma taxa em grupos não vacinados.

— Observamos uma queda na severidade dos casos, mesmo com a variante P1 totalmente dominante no Brasil. Isso significa que as vacinas funcionam — pondera .

A vacina não é o único determinante no sucesso contra a pandemia. Além da eficiência, contam fatores como cobertura com uma e duas doses, ritmo da vacinação, distanciamento social e cuidados com higiene.

— Israel abriu antes do tempo e voltou a ver o número de casos subir. O Chile também. Algumas pessoas pensam na vacina individualmente, mas a proteção depende do coletivo. Numa circulação de vírus elevadíssima como a do Brasil, todos estão em risco. Pensar no coletivo também é pensar na segurança individual — adverte Kfouri.

Vacinação não é suficiente para conter a pandemia, alertam pesquisadores; população deve manter cuidado com higiene e distanciamento social Foto: Felipe Nadaes
Vacinação não é suficiente para conter a pandemia, alertam pesquisadores; população deve manter cuidado com higiene e distanciamento social Foto: Felipe Nadaes

O geneticista Renato Santana, professor da UFMG que estuda variantes do coronavírus, diz que, mês a mês, se observa uma queda na mortalidade de idosos, vacinados primeiro, e o crescimento da mesma taxa em grupos não vacinados.

— Observamos uma queda na severidade dos casos, mesmo com a variante P1 totalmente dominante no Brasil. Isso significa que as vacinas funcionam — pondera .

Margareth Dalcolmo se preocupa com o tempo perdido com discussões sobre taxas de eficácia incomparáveis e efeitos adversos raríssimos enquanto a pandemia continua sem controle.

— Internei há dias dois jovens, um de 26 e outro de 28 anos. Como outros tantos, eles se achavam a salvo da Covid-19. Isso não existe, a não ser para os vacinados. Temos que correr para vacinar os jovens, eles se expõem mais e estão adoecendo como nunca vimos na pandemia. Temos que vacinar a todos, gente sem documentos, não importa. O importante é proteger a população — ressalta ela.

O futuro

  Gazinelli acalenta a expectativa de que até o fim do ano o Brasil tenha 70% de sua população vacinada. Depois, teremos outros desafios. Um é descobrir quanto tempo a imunidade conferida pelas vacinas durará. Para essa questão, não há resposta conclusiva. Outro é saber se serão necessárias doses de reforço, seja devido à diminuição de proteção ou pelo surgimento de variantes do coronavírus capazes de escapar da proteção adquirida. Estudos sugerem que o reforço será inevitável. Mas quando, em que frequência e por quanto tempo permanecem em aberto.

Nos próximos meses e anos, pesquisadores examinarão se será melhor combinar vacinas diferentes e se haverá vacinas para adequadas a determinados grupos Foto: Felipe Nadaes
Nos próximos meses e anos, pesquisadores examinarão se será melhor combinar vacinas diferentes e se haverá vacinas para adequadas a determinados grupos Foto: Felipe Nadaes

Os próximos meses e anos dirão se serão necessárias doses extras, se será melhor combinar vacinas diferentes, se novos imunizantes oferecerão mais opções e se haverá vacinas mais adequadas a determinados grupos.

  Gazinelli acalenta a expectativa de que até o fim do ano o Brasil tenha 70% de sua população vacinada. Depois, teremos outros desafios. Um é descobrir quanto tempo a imunidade conferida pelas vacinas durará. Para essa questão, não há resposta conclusiva. Outro é saber se serão necessárias doses de reforço, seja devido à diminuição de proteção ou pelo surgimento de variantes do coronavírus capazes de escapar da proteção adquirida. Estudos sugerem que o reforço será inevitável. Mas quando, em que frequência e por quanto tempo permanecem em aberto.

Nos próximos meses e anos, pesquisadores examinarão se será melhor combinar vacinas diferentes e se haverá vacinas para adequadas a determinados grupos Foto: Felipe Nadaes
Nos próximos meses e anos, pesquisadores examinarão se será melhor combinar vacinas diferentes e se haverá vacinas para adequadas a determinados grupos Foto: Felipe Nadaes

Os próximos meses e anos dirão se serão necessárias doses extras, se será melhor combinar vacinas diferentes, se novos imunizantes oferecerão mais opções e se haverá vacinas mais adequadas a determinados grupos.

— Todas as vacinas têm vantagens e desvantagens, mas o que importa é o resultado final e este tem sido bom para todas. As vacinas diminuem a carga de vírus numa pessoa, com isso, menos vírus estarão em circulação e isso é crucial para contermos a pandemia — resume Gazinelli, cujo grupo desenvolve uma vacina que tem se mostrado promissora em testes com animais.

O erro de escolher

O que motiva os ‘sommeliers’: Quem quer escolher uma vacina costuma argumentar que a da Pfizer/BioNTech protege mais que a Oxford/AstraZeneca, Janssen e CoronaVac. Dizem isso com base nas taxas de eficácia publicadas em testes clínicos. A da Pfizer/BioNTech é de 95%, a da Janseen, 72%, a da Oxford/AstraZeneca, 76%, e a da CoronaVac, 51%.

O equívoco da comparação: O problema é que as taxas de eficácia não podem ser comparadas porque os estudos clínicos de fase 3 em que elas se baseiam foram realizados em lugares diferentes, com metodologias distintas (grupos de vacinados e de controle, tipo de placebo, duração, dosagem etc.) e em momentos distintos da pandemia. Por isso, são incomparáveis. A Pfizer foi testada quando a pandemia estava no início e ainda não havia surgido variantes. A CoronaVac usou como voluntários profissionais de saúde, pessoas mais expostas do que a maioria. E a AstraZeneca e a Janssen foram testadas após a emergência de variantes. Tudo isso impede qualquer comparação.

O que motiva os ‘sommeliers’: Quem quer escolher uma vacina costuma argumentar que a da Pfizer/BioNTech protege mais que a Oxford/AstraZeneca, Janssen e CoronaVac. Dizem isso com base nas taxas de eficácia publicadas em testes clínicos. A da Pfizer/BioNTech é de 95%, a da Janseen, 72%, a da Oxford/AstraZeneca, 76%, e a da CoronaVac, 51%.

O equívoco da comparação: O problema é que as taxas de eficácia não podem ser comparadas porque os estudos clínicos de fase 3 em que elas se baseiam foram realizados em lugares diferentes, com metodologias distintas (grupos de vacinados e de controle, tipo de placebo, duração, dosagem etc.) e em momentos distintos da pandemia. Por isso, são incomparáveis. A Pfizer foi testada quando a pandemia estava no início e ainda não havia surgido variantes. A CoronaVac usou como voluntários profissionais de saúde, pessoas mais expostas do que a maioria. E a AstraZeneca e a Janssen foram testadas após a emergência de variantes. Tudo isso impede qualquer comparação.

O que importa: As análises de efetividade, que avaliam o efeito de uma vacina na população, são o guia mais apropriado. As realizadas até o momento indicam que todas as vacinas são seguras, protegem contra a Covid-19 grave e evitam mortes.

E as variantes: Em tese, elas ameaçam reduzir o impacto dos imunizantes porque podem escapar dos anticorpos e são mais contagiosas. Mas, até agora, todas as vacinas continuam sendo eficazes.

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