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Apoiadores veem 'recado' oculto de Bolsonaro em live semanal

A live em que o presidente Jair Bolsonaro comparou o lockdown em Brasília a um "estado de sítio" atiçou apoiadores no WhatsApp e Telegram. Desde cedo, os grupos registram uma avalanche de mensagens sobre um trecho da fala do presidente, tratado como “senha” para os bolsonaristas tomarem as as ruas e protestem contra medidas restritivas impostas em função da disseminação descontrolada do coronavírus no país. Outros viram, ainda, como pedido de apoio por parte de Bolsonaro para executar um autogolpe. 

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Ao atacar as medidas de restrição de circulação, Bolsonaro disse que, se levantasse sua caneta Bic para “dizer shazam” e reagir, seria um ditador. E apelou: “Vou ficar sozinho nessa briga? O meu exército, que tenho falado o tempo todo, é o povo. Sempre digo que devo lealdade absoluta ao povo brasileiro”, inclusive ao Exército, salientou. “Eu faço o que vocês quiserem. Essa é a minha missão de chefe de Estado”. 

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A base se assanhou: 

“Até o mais imbecil dos cidadãos brasileiros entendeu o recado do Presidente. Se o povo for para a rua pedir intervenção a ordem será cumprida. Mas temos uma grande maioria de parasitas nesse país”, postou um bolsonarista em um grupo no Telegram. 

"O que o povo brasileiro está esperando? Taí o recado", escreveu outro apoiador, imediatamente aplaudido: "Se o povo for pra rua como em 64 ele está com o povo e tudo se resolve". Imediatamente, seguiram-se memes com fotos antigas de manchetes de jornais sobre o golpe militar de 1964. 

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Não é a primeira vez que esse tipo de mensagem aparece em grupos bolsonaristas. Mas, quando o presidente está em situação de fragilidade política, memes e convocações golpistas inundam as redes. Foi o caso hoje. Ao longo do dia, pipocaram chamados para carreatas e manifestações contra restrições e toques de recolher. 

“Prefiro morrer de vírus a morrer de fome, e ainda pior, ver meus filhos e netos morrerem de fome e escravizados”, afirmou outro.

Mas nem mesmo os próprios bolsonaristas parecem muito confiantes de que seu movimento vá vingar. Entre uma chamada à reação e outra, alguém desabafava. “O presidente só está pedindo, nas entrelinhas, ua única coisa: que o povo ocupe as ruas, mas parece que o povo tem preguiça. Meia dúzia de pessoas não assustam ninguém, é preciso uma paralisação nacional e ampla com objetivos bem específicos”, reclamou um militante.

 Por Johanns Eller / O GLOBO

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