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Anuário mostra aumento no nº de assassinatos no 1º semestre de 2020 após dois anos de queda

Por Cíntia Acayaba e Thiago Reis, G1

 

O Brasil registrou, no 1º semestre deste ano, 25.712 mortes violentas, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados no domingo (18), confirmam os números divulgados pelo Monitor da Violência, do G1.

G1 publicou dois balanços separados:

  • um em agosto, que mostra o aumento dos homicídios dolosos, dos latrocínios e das lesões corporais seguidas de mortes
  • outro em setembro, que mostra o crescimento das mortes decorrentes de intervenção policial

Os dados divulgados pelo Anuário corroboram os dois levantamentos. Os números, solicitados às secretarias da Segurança por meio da Lei de Acesso à Informação, são muito similares. As pequenas diferenças se dão pela atualização ou retificação nas estatísticas ao longo dos meses.

O Monitor da Violência é uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável justamente pelo Anuário.

A queda nos assassinatos em 2019, mostrada pelo Anuário, também foi antecipada pelo Monitor da Violência.Houve, segundo o Anuário, 47.773 mortes violentas intencionais. Trata-se de uma queda de 18% quando o número é comparado ao de 2018 (57.574). A curva de queda desde 2018 foi interrompida no início de 2020, mesmo com a pandemia do novo coronavírus.

 

Mortes por policiais

O Anuário também mostra o dado de mortes por policiais separado, assim como fez o Monitor da Violência. No primeiro semestre deste ano, houve 3.181 mortes causadas pela polícia, ante 3.002 no mesmo período do ano passado.

O crescimento tem sido contínuo. Foram 6.357 mortes em decorrência de intervenção policial em 2019, contra 6.175 em 2018.

Veja outros recortes divulgados pelo Anuário:

Crimes patrimoniais

Diferentemente das mortes violentas, que tiveram aumento neste ano, as medidas impostas pela quarentena para tentar restringir a circulação do coronavírus contribuíram para a redução dos crimes contra o patrimônio. Houve queda significativa no primeiro semestre de 2020 na comparação com o mesmo período de 2019 em todo o país.

Roubos a pedestres tiveram queda de 34%, roubos de veículos, 22,5%, roubos de carga, 25,7%, roubos a comércio, 18,8%, e roubos à residência, 16%.

Apreensões de drogas

Em compensação, houve aumento expressivo nas apreensões de drogas. Uma das explicações dadas pelos pesquisadores do Fórum é a de que as mercadorias deixaram de circular por aviões e seguiram por vias terrestres, facilitando a abordagem dos policiais.

No primeiro semestre de 2020, o volume de maconha apreendida foi 128,3% maior que no mesmo período do ano passado (316 toneladas); e o de cocaína, 56,7% maior (14 toneladas).

Gastos com segurança

Segundo o Anuário, houve uma pequena variação positiva nos gastos com segurança pública no Brasil. Foram despendidos R$ 95 bilhões em 2019 – um aumento de 0,4% em relação ao ano anterior.

A União foi a que mais reduziu os gastos de um ano para o outro, -3,8%, totalizando R$ 11,3 bilhões. Os estados aumentaram os gastos em 0,6% e chegaram a R$ 77,3 bilhões. Os municípios aumentaram em 5,3% os gastos, chegando a R$ 6,3 bilhões.

Suicídios

No caso dos suicídios, houve um aumento no país, de 11,4%. Foram registrados, em 2019, 12.700 casos, ante 11.315 registrados no ano anterior. A maior parte dos estados teve uma alta nos registros.

Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 mostrou que cerca de 800 mil pessoas acabam com suas vidas todos os anos no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos.

Pessoas desaparecidas

Dados do Anuário revelam também um pequeno aumento de 1% no número de pessoas desaparecidas. Foram 79.275 registros, em 2019, ante 77.907 em 2018. O número de pessoas localizadas, porém, também aumentou. Foram 39.086, contra 37.619 do ano anterior.

O Fórum ressalta que as informações sobre pessoas localizadas foram fornecidas pelos estados, mas não foi possível apurar como o registro é realizado e se diz respeito a pessoas localizadas vivas ou mortas e se o encontro está ou não vinculado a eventos de desaparecimento previamente reportados.

 

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