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França decreta toque de recolher noturno em Paris e outras oito cidades para conter coronavírus

Redação, O Estado de S.Paulo

14 de outubro de 2020 | 15h45
Atualizado 14 de outubro de 2020 | 17h07

PARIS - O presidente da FrançaEmmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira, 14, que será decretado um toque de recolher noturno em nove cidades do país, incluindo Paris, por pelo menos um mês, diante de um novo aumento do número de casos de coronavírus. A medida deverá afetar quase um terço da população de 67 milhões. 

"O toque de recolher durará quatro semanas e iremos ao Parlamento para prorrogá-lo até 1º de dezembro. Seis semanas é o tempo que acreditamos ser necessário", disse Macron em uma entrevista na TV, algumas horas depois de o governo decretar estado de emergência sanitária no país. 

O toque de recolher se aplicará entre as 21h e as 6h e entrará em vigor a partir de sábado, detalhou Macron. As pessoas que não cumprirem a medida receberão multa de € 135 (cerca de R$ 887). “Devemos agir” pois “a situação é preocupante”, disse o chefe de estado francês, alertando que a segunda onda já está diminuindo no país.

Além da capital, Paris, o toque de recolher se aplicará a Lille, Grenoble, Lyon, Aix-Marselha, Montpellier, Rouen, Toulouse e Saint-Etienne. 

Emmanuel Macron - França
Em restaurante, franceses acompanham entrevista do presidente Emmanuel Macron  Foto: Bob Edme/AP

Segundo Macron, as pessoas sob o toque de recolher devem esquecer as visitas noturnas a restaurantes ou casas de amigos. Durante o dia, a vida dos franceses não mudará. “Vamos continuar trabalhando, nossa economia precisa disso, nós precisamos, nossos filhos vão continuar a ir à escola”, explicou Macron. Também não haverá restrições ao movimento dentro do país.

Em outra medida anunciada pelo presidente, as reuniões familiares não deverão ter mais do que seis pessoas ao redor da mesa, a não ser que sejam integrantes imediatos da família. 

Estado de emergência sanitária

O anúncio foi feito pouco depois de o governo francês restabelecer, por decreto, nesta quarta-feira, o estado de emergência sanitária, que entrará em vigor a partir de sábado à meia-noite em todo o território nacional. Esse agravamento (dos casos) "justifica que o estado de emergência sanitária seja declarado para que possam ser tomadas medidas estritamente proporcionais aos riscos para a saúde incorridos e adequadas às circunstâncias de tempo e local", informa a ata do Conselho de Ministros.

Esse regime fornece um marco jurídico para tomar certas restrições de combate à pandemia, como o confinamento nacional do início do ano e as medidas anunciadas hoje por Macron. 

A França, um dos países europeus mais atingidos pelo coronavírus, já contabiliza cerca de 33 mil mortes por covid. O número de infecções aumentou de forma constante nas últimas semanas na França, especialmente desde o retorno das férias de verão.

Nesta quarta-feira, o governo de Portugal também decretou estado de calamidade por causa do aumento dos casos de covid-19. A medida passará a valer a partir da meia-noite de quinta-feira (20h no horário de Brasília). As autoridades também anunciaram que vão enviar um projeto de lei ao Parlamento que obriga o uso de máscara em vias públicas e a criação de um aplicativo para rastrear contatos de pessoas contaminadas. /AFP, AP e Reuters  

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