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Mão na massa não é lavar as mãos - Rossieli Soares, O Estado de S.Paulo

Em momento tão desafiador como este que vivemos, é triste e nos assusta deparar com certa desinformação da parte de profissionais que deveriam zelar pela apuração na apresentação dos dados. Ao anunciarmos a volta das aulas presenciais em 7 de outubro e das atividades de reforço, de forma opcional, a partir de 8 de setembro tivemos como base a oferta de segurança da saúde a milhares de profissionais da educação, estudantes e familiares. Tudo sempre com planejamento.

O plano de retorno da educação de São Paulo é responsável e seguro, baseado em evidências. Por isso falar em ceder à pressão de escolas particulares ou em incapacidade do Estado para prover o retorno dos alunos da rede pública indica falta de conhecimento.

Também mostra desinformação citar a descentralização de decisões na educação. É importante esclarecer, mais uma vez, que temos um eixo central do tema educação no Plano São Paulo, com decreto publicado (n.º 65.061), norteando todas as ações das redes pública e privada, desde a educação básica até o ensino superior.

Mas o que pusemos como opcional nada tem que ver com jogar a toalha. O retorno dialogado com a comunidade escolar tem como foco central o cuidado e o respeito à vida.

A escola tem papel socioemocional decisivo para crianças e jovens. Precisamos pôr-nos à disposição para evitar e controlar as doenças psicológicas. A presença e o apoio são muito importantes neste período. Uma simples roda de diálogo pode salvar uma vida.

Os riscos para a saúde mental dos estudantes dos longos períodos de isolamento devidos à pandemia e ao fechamento das escolas têm sido apontados em alguns estudos. Segundo pesquisa Datafolha de abrangência nacional, 75% dos estudantes das escolas estaduais paulistas declararam que estão tristes, ansiosos ou irritados.

No contexto em que vivemos, não se trata apenas da falta de suporte familiar, e sim de uma saudade enorme do cotidiano, de colegas e professores, que muitas vezes são verdadeiros mentores para nossos alunos. Por esses motivos decidimos que a partir de 8 de setembro as escolas terão autonomia para reabrir com atividades de apoio emocional e reforço do aprendizado. Vale ressaltar que vamos seguir à risca o protocolo de higiene proposto pelo Plano São Paulo, em conjunto com o Centro de Contingência do Coronavírus.

E se vamos falar de atividades nas escolas, precisamos mencionar higiene e infraestrutura. Como tenho defendido ao longo dos últimos meses, alunos, professores e servidores serão equipados para as atividades de acolhimento e reforço, em 8 de setembro, ou para comparecerem às aulas presenciais, a partir de 7 de outubro.

Por isso o governo de São Paulo está investindo fortemente em produtos de cuidados pessoais e gerais. Máscaras de tecido, face shields (protetores faciais de acrílico), álcool em gel, sabonete, papel toalha, termômetros e demais materiais serão entregues em todas as escolas. Preparamos um kit individual para os alunos em situação de maior vulnerabilidade.

São Paulo é, naturalmente, referência na educação brasileira, pelo próprio tamanho, o que nos delega grandes responsabilidades. É preciso transformar São Paulo com coragem para enfrentar as agendas desafiadoras da atualidade, principalmente, em tempos de pandemia.

O governo de São Paulo está fazendo de tudo para manter o aprendizado dos estudantes durante o tempo de isolamento. Desde as primeiras medidas, como a homologação do ensino à distância, a organização do teletrabalho nas escolas e a suspensão gradual das aulas presenciais, em março, houve muitas discussões, reuniões, diálogo com pais, gestores escolares, gestores municipais e planos postos em prática para minimizar os efeitos da pandemia na aprendizagem.

Trabalhamos dia e noite para deixar o Centro de Mídias de SP e a TV Educação, com dois canais na TV aberta, via TV Cultura, prontos para receber os estudantes e professores. Com o Centro de Mídias de SP fomos pioneiros no País em implementar ensino à distância em larga escala para enfrentar os desafios impostos à educação pela pandemia do coronavírus. A iniciativa foi viabilizada em tempo recorde, com aposta em tecnologia.

Para acessar o aplicativo com aulas ao vivo do Centro de Mídias de SP o governo do Estado paga a internet aos 3,5 milhões de estudantes e 250 mil servidores. Além das ações online, a Secretaria de Educação também distribuiu materiais impressos a todos os 3,5 milhões de estudantes, incluindo livros didáticos, livros literários e cadernos de exercícios.

Também em março criamos o programa Merenda em Casa, para que os estudantes em situação de pobreza ou extrema pobreza não ficassem desassistidos. O benefício, de R$ 55 mensais, é oferecido a 740 mil alunos da rede estadual, desde abril, para compra de alimentos.

Portanto, em nome dos 250 mil servidores da educação estadual, afirmo que ninguém está inerte diante de tamanho desafio, imposto há cinco meses. Ninguém lavou as mãos. Ao contrário, estamos com a mão na massa!

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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