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Revista médica questiona validade de estudo contrário à cloroquina

 

ESTUDOS COM CLOROQUINA

 

 

NOVA YORK - A revista médica britânica "The Lancet" disse nesta terça-feira que tem preocupações com a validade dos dados de um artigo com grande repercussão sobre os perigos do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina em pacientes hospitalizados com Covid-19. O estudo, publicado na própria "Lancet" em 22 de maio, apontou que a hidroxicloroquina e a cloroquina estavam ligadas a um risco aumentado de morte em pacientes hospitalizados.

 

Após a publicação, vários ensaios clínicos foram suspensos e até a Organização Mundial da Saúde (OMS) interrompeu o uso da hidroxicloroquina em um grande estudo em pacientes. Seguindo a decisão da OMS, os governos da França, Itália e Bélgica também suspenderam o uso do medicamento.

A cloroquina e a hidroxicloroquina são defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente americano, Donald Trump, como tratamentos para a Covid-19, apesar da falta de comprovação científica. Trump inclusive anunciou que tomou o remédio como forma de prevenção.

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Em nota, a revista afirmou que "tem sérias questões científicas" sobre o assunto e uma auditoria independente está sendo feita, com resultados esperados para "muito em breve".

O artigo publicado "Lancet" foi um estudo observacional — o que significa que compilou dados do mundo real, em vez de realizar um ensaio clínico tradicional — com 96 mil pacientes e usou informações fornecidas pela empresa de análise de dados de saúde Surgisphere.

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Na semana passada, a "Lancet" publicou uma correção do estudo sobre a localização de alguns pacientes após críticas à sua metodologia, mas que afirmava que as conclusões não foram alteradas.

Também na semana passada, quase 150 médicos assinaram uma carta aberta enviada à Lancet questionando as conclusões do artigo e pedindo a divulgação dos comentários da revisão por outros pesquisadores.

"Isso não é uma questão menor", disse Walid Gellad, professor da faculdade de medicina da Universidade de Pittsburgh, que não era signatário da carta, mas criticou o estudo. "Estamos em uma pandemia sem precedentes. Organizamos esses enormes ensaios clínicos para descobrir se algo funciona. E este estudo interrompeu ou pausou algumas dessas pesquisas e mudou a narrativa em torno de um medicamento que ninguém sabe se funciona ou não ", disse ele.

 

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