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Ministro da Defesa tenta pacificação em conversa com Moraes

Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo

02 de junho de 2020 | 19h24

BRASÍLIA - Na tentativa de restabelecer pontes com o Supremo Tribunal Federal (STF) e reduzir o nível de estresse entre Executivo e Judiciário, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, se reuniu na noite desta segunda-feira, 1º, em São Paulo, com o ministro da Corte Alexandre de Moraes.

Fernando Azevedo e Silva
Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Estadão apurou que a conversa foi necessária no momento em que a escalada de tensão entre o Executivo e o Judiciário tem provocado instabilidade política no País. A necessidade de distensionamento e de pacificação, principalmente em um momento de pandemia do coronavírus e grave crise econômica, levou Azevedo à reunião com Moraes.

Apesar dos ânimos acirrados, o ministro da Defesa tem reiterado que as Forças Armadas estão cumprindo sua missão constitucional, fora de qualquer discussão política, e que pedidos de intervenção militar são totalmente descabidos.

O presidente Jair Bolsonaro foi informado da ida do general à casa de Moraes, que é relator dos inquéritos que apuram a produção de fake news e também o financiamento de manifestações antidemocráticas.

O Ministério da Defesa confirma o encontro, mas não dá detalhes da conversa. Informa apenas que o ministro e o magistrado tomaram um café, trataram de “assuntos diversos” e o diálogo foi “bom”. Azevedo aproveitou uma agenda marcada para a manhã desta terça-feira, 2, na capital paulista, onde acompanhou ações das Forças Armadas, e combinou na véspera uma conversa com Moraes no apartamento dele.

Moraes e Azevedo têm relações próximas desde quando o general estava no Comando Militar do Leste, no Rio, e foi responsável pela segurança das Olimpíada. Depois, Azevedo foi chefe do Estado Maior do Exército e assessor especial do ministro Dias Toffoli na presidência do Supremo.

No domingo, 31, a presença do ministro da Defesa no helicóptero de Bolsonaro, sobrevoando a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos 3 Poderes – onde ocorriam manifestações com faixas contra o STF e o Congresso –, gerou inúmeras críticas ao general.

As críticas aumentaram de tom depois de Azevedo ter endossado a nota oficial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na qual o general Augusto Heleno advertia sobre “consequências imprevisíveis” caso o ministro do Supremo Celso de Mello concordasse com pedido da oposição e determinasse a apreensão do celular de Bolsonaro. A cúpula militar não se cansa de afirmar, porém, que as Forças Armadas são instituições de Estado, e não de governo, e que não há caminho fora da Constituição.

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