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Com juros baixos, mais famílias buscam crédito

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

11 de janeiro de 2020 | 05h00

Embora sugira maior aperto no orçamento doméstico, o porcentual recorde de famílias com dívidas registrado em dezembro pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) parece indicar, em média, que os brasileiros estão numa situação financeira melhor e mais dispostos a consumir.

De acordo com a pesquisa, esse porcentual aumentou 0,5 ponto em relação a novembro, alcançando 65,6%, o maior nível da série da pesquisa iniciada em 2010. É um número expressivamente mais alto que o de dezembro de 2018, quando o indicador estava em 59,8%.

Mas esse aumento não veio acompanhado de expansão da inadimplência, o que pode indicar maior responsabilidade das famílias na contratação de dívidas. E pode refletir, também, alguma melhora na renda, em razão da recuperação – ainda lenta – do mercado de trabalho.

Outro dado que reforça a interpretação otimista dos números da Peic é a parcela média da renda comprometida com dívidas. Essa parcela aumentou entre dezembro de 2018 e do ano passado (de 29,3% para 29,7%), mas é a menor desde junho de 2019. “As parcelas estão menores e as famílias têm conseguido se organizar para acomodar os pagamentos dentro do orçamento mensal”, avalia a economista responsável pela pesquisa da CNC, Marianne Hanson. Também positiva é a queda do porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso, de 10,2%, em novembro, para 10,0%, em dezembro.

A queda dos juros para níveis historicamente baixos – a despeito de continuarem muito altos – é apontada como outro fator para o aumento do porcentual de famílias com dívidas.

O fato de o porcentual de famílias com contas em atraso ter recuado de novembro para dezembro (de 24,7% para 24,5%) é um sinal de que a expansão do crédito indicada pelo aumento do endividamento das famílias está sendo direcionada para o consumo.

Elas estão mais dispostas a assumir compromissos financeiros para ampliar sua capacidade de consumo. “Há uma demanda reprimida por bens duráveis”, diz a economista da CNC, pois, durante o período de dificuldades financeiras maiores, “as famílias adiaram a troca do carro ou a compra da geladeira”.

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