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Lixo: por que somos tão desamorosos com Fortaleza?

Falta educação ambiental. Não é preciso ser especialista para constatar que somos uma geração de analfabetos ambientais. Bem simples a prova. Em Fortaleza, mesmo com o esforço da atual gestão municipal, não para de se multiplicarem rampas de lixos nas esquinas, nas calçadas, nos terrenos baldios ou em qualquer lugar que vamos descartando o que julgamos “não prestar mais”. A sensação (e realidade) é que, de dois anos para cá, perdemos mais ainda a consideração pela cidade e por nós mesmos. Deixamos de lado até a vergonha de fazer o errado.

Inacreditável a relação desamorosa que mantemos com o lugar que nos concebeu. Não é afetuoso nem sadio transformar Fortaleza num dos lugares que mais sujam, enfeiam e adoecem a Terra. Nossa casa comum.

 

As estatísticas são a prova. Segundo dados da Prefeitura de Fortaleza, a geração de lixo na capital cearense é de 1,89 kg por habitante ao dia. Uma média igual à de Nova York, superior a São Paulo (1,25 kg), ao Rio de Janeiro (1,61 kg) e ao Distrito Federal (1,69 kg). Impossível não produzir lixo numa sociedade definida pelo consumo. O que é agravante, no entanto, é não termos sido conversados - desde crianças e ainda como adultos - sobre o que é consumir o suficiente para vivermos e termos prazeres sustentáveis.

 

Não compreendemos o simples. No dia a dia, por exemplo, desconhecemos ou tornamos banal o destroço que uma latinha de refrigerante descartada na rua pode causar à cidade onde reclamamos qualidade de vida.

 

Lixo jogado indiscriminadamente, sem destinação para a reciclagem ou tratamento, é tão criminoso e constrangedor quanto matar alguém. Não? E o que dizer das mortes causadas por consequência da transformação da lata de refrigerante em criadouro do mosquito da dengue-zika-microcefalia-chikungunya? Dos milhões gastos para correr contra um prejuízo medieval?

 

Fortaleza merece ser mais cuidada pelo Poder Público e por seus moradores. Certo é que temos uma geração de desinformados ambientais. Dos que têm o poder de tomar decisões pelo coletivo; ao menino e menina que nem em casa nem na escola compartilham desse saber. Mas ainda há tempo para aprender a ser amoroso com a Cidade e com a Terra. OPOVO

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