Ibope para presidente, votos válidos: Bolsonaro, 54%; Haddad, 46%
O Ibope divulgou neste sábado (27) a última pesquisa do instituto sobre a intenção de voto para o 2º turno da eleição presidencial. Segundo o instituto, Jair Bolsonaro (PSL) venceria se eleição fosse hoje. Mas a distância dele para Fernando Haddad (PT) diminuiu.
Vamos ver agora a pesquisa com os votos válidos, que excluem os brancos, nulos e o percentual de eleitores indecisos. Um candidato é eleito no segundo turno se conseguir cinquenta por cento dos votos válidos mais um voto.
A probabilidade de os resultados retratarem a realidade é de noventa e cinco por cento, com margem de erro de dois pontos - para mais ou para menos.
Nova República começou com camisetas amarelas e com elas se encerra
Esta semana acumula dois dias dos mortos. A sexta-feira (2) evocará quem já se foi. Este domingo (28) enterra um sonho.
Os sinos anunciam a morte da quimera, a democracia socialmente justa. Começada com camisetas amarelas, a Nova República com elas se encerra. As de 1984 diziam: "Eu quero votar pra presidente". As de agora estampam a justiça divina e a pátria no lugar da igualdade e da liberdade.
Os perdedores dos anos 1980 aceitaram seu papel constitucional e se recolheram aos quartéis. Aos de 2018, o provável eleito escancarou outras portas: a prisão e o exílio. São as mesmas de 1964.
Por muito tempo tentaremos entender como o sonho azedou em pesadelo. Circula leitura na linha da entrada das massas na política. Gente ignorante e ressentida, de pulsões destruidoras.
A hipótese não é nova, reaparece em todas as crises, no final do século 19, nos anos 1920, nos 1940, nos 1960. E não é boa. A dimensão psicossocial tem sua relevância, mas massa xinga, quebra, lincha, não faz política institucional.
Para vencer uma eleição presidencial é preciso método, recurso e, sobretudo, capacidade de coordenação de elites sociais. A candidatura de Bolsonaro não se assenta em massa invertebrada. Desde seu lançamento, dois anos atrás, o deputado-capitão logrou inserção sólida em setores organizados.
PT tem pior desempenho desde 1989, diz diretor do Datafolha; assista
Com 45% dos votos válidos, o PT atinge o seu pior desempenho em pesquisas de véspera de segundo turno desde 1989, apontou o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
Desde 2002, há uma queda constante na intenção de voto nos candidatos petistas nesta etapa da corrida. Ficou em 61% em 2002 e 2006, foi para 57% em 2010 e 52% em 2014.
“Se Fernando Haddad (PT) não conseguir mais votos do que tem hoje até amanhã, o PT pode voltar aos 47% que obteve em 1989”, disse Paulino.
A liberdade de informação
O Estado de S.Paulo
27 Outubro 2018 | 03h00
Tem havido, nos últimos anos, um grande debate sobre os efeitos políticos e sociais da difusão, por meio das redes sociais, das fake news. A discussão ganhou intensidade com a eleição do presidente Donald Trump, em novembro de 2016. No caso, as atenções estiveram voltadas para o Facebook, o que depois levaria a empresa a alterar o modo como apresenta os diferentes conteúdos na timeline de cada usuário.
No Brasil, as fake news não são propriamente uma novidade. Nas campanhas eleitorais, sempre houve a difusão de notícias falsas. Por exemplo, em várias eleições presidenciais, o PT afirmou que, caso o PSDB saísse vencedor das urnas, o candidato tucano iria acabar com o programa Bolsa Família. Nesta eleição, a questão das fake news voltou à tona, com discussões voltadas mais especificamente para o compartilhamento de notícias por meio do aplicativo WhatsApp.
Conciliação política é a nova prioridade naciona
Num instante em que o Brasil vive um triste momento —a disputa presidencial entre o candidato ungido pelo padrinho-presidiário e uma chapa puro-sangue militar— vale à pena recordar uma das melhores passagens da história republicana: a conciliação política conduzida por Tancredo Neves. Há 33 anos, o país estava em ruínas. O governo, sem rumo. A mobilização pelas eleições diretas atolara no Congresso, abrindo um fosso entre a rua e o aparato de uma ditadura em fim de linha.