Crivella é reprovado por 72% no Rio e fica atrás de Paes e Freixo para 2020, diz Datafolha
Reprovado por quase três quartos dos eleitores da cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) aparece num segundo pelotão nas intenções de voto para a eleição municipal do ano que vem, segundo pesquisa Datafolha.
O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) lideram as intenções de voto para o cargo nos três cenários analisados pelo instituto.
Em todos os casos eles estão tecnicamente empatados, sempre com o ex-prefeito numericamente acima. Crivella, que pretende disputar a reeleição, aparece com 9% em dois cenários pesquisados e 8% em outro. Na simulação com maior número de candidatos, Eduardo Paes está na frente, com 22%, empatado tecnicamente com Freixo, que tem 18%. Crivella registra 8%. No cenário com menos postulantes ao cargo, o ex-prefeito alcança 27% e o deputado, 21% –empatados no limite da margem de erro.
O Datafolha entrevistou 872 pessoas para o levantamento, encomendado pela Folha e pelo jornal O Globo e realizado de quarta (11) a sexta (13) na cidade do Rio de Janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Enfrentando uma grave crise financeira, com reflexos nos serviços de saúde, Crivella viu aumentar a reprovação ao seu governo.
Judiciário só condenou 1 magistrado por venda de sentenças em 11 anos
14 de dezembro de 2019 | 21h15
Atualizado 14 de dezembro de 2019 | 23h50
A operação que levou à prisão preventiva da ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) Maria do Socorro Barreto Santiago, sob acusação de venda de sentenças, é um ponto fora da curva na história do Judiciário brasileiro. Levantamento feito pelo Estado com base em informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que, dos 17 magistrados punidos pelo órgão entre 2007 e 2018 em casos de venda de decisões judiciais, apenas um foi julgado e alvo de uma condenação criminal.
As punições, no entanto, não costumam ter conformidade com a gravidade dos crimes denunciados. Nestes últimos 11 anos, os magistrados que foram acusados de receber vantagens em troca de sentenças, na maioria dos casos, sofreram apenas punição administrativa – a aposentadoria compulsória (mantendo o salário mensal de cerca de R$ 30 mil), escapando de qualquer punição civil (como pagamento de multa) ou criminal (prisão). A divulgação desses processos é pouco transparente, uma vez que o CNJ não informa quantos casos de venda de decisões judiciais chegaram ao órgão neste período.
Entre estes 17 magistrados, a reportagem conseguiu localizar processos civis ou criminais contra oito juízes e desembargadores, por delitos como corrupção e improbidade administrativa, dos quais apenas dois foram julgados (um foi condenado e outro, absolvido). Em três casos, os TJs e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) se recusaram a informar a existência ou não dos processos, sob a alegação de que os magistrados estão protegidos pelo segredo de Justiça (imposto por seus próprios pares). Os demais cinco magistrados não chegaram a ser alvo de denúncia e foram punidos com a aposentadoria compulsória.
“Não vejo claramente a chance de que a punição dura a magistrados por venda de sentença, como acontece na Bahia, seja uma tendência do Judiciário. É mais um caso isolado”, disse o coordenador do Núcleo de Estudos de Justiça e Poder Político da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fabiano Engelmann. Segundo ele, uma das principais dificuldades para a punição aos magistrados que colocam a Justiça à venda é a falta de acesso às informações, motivada pelo corporativismo.
O único magistrado punido pelo CNJ que também foi condenado pela Justiça é o desembargador Carlos Rodrigues Feitosa, do Tribunal de Justiça do Ceará. Ele foi condenado à aposentadoria compulsória em setembro de 2018 e, em maio de 2019, o STJ o condenou à pena de 13 anos e oito meses de prisão pelo crime de corrupção.
Apartamento de luxo em SP liga verba da Oi à família de Lula, diz Lava Jato
Além do sítio de Atibaia (SP), um apartamento de 335 m² em região nobre da zona sul de São Paulo é apontado pela Lava Jato como um dos principais indícios de que o empresário Jonas Suassuna usou dinheiro de contratos com a Oi para beneficiar a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Comprado por Suassuna em 2009 por R$ 3 milhões (R$ 1,9 milhão de entrada, e o resto parcelado), o imóvel foi reformado e mobiliado por ele ao custo de, segundo estimativa da Polícia Federal, ao menos R$ 1,6 milhão. Foram colocados revestimentos de piso e de parede, forro de gesso, condicionadores de ar e armários planejados.
Alugado em 2013 por Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o apartamento ocupa sozinho o 23º andar de um dos dois edifícios do condomínio Hemisphere. Ele tem três suítes (uma master e duas de tamanho padrão), terraço gourmet, escritório, cozinha, sala de estar e de almoço.
Suassuna também é dono de parte do sítio usado por Lula. A PF desconfia que tanto o apartamento quanto o terreno em Atibaia foram comprados com dinheiro de contratos comerciais feitos sem lógica econômica, uma fachada para dar aparência legal às transferências.
Em 2016, durante a 24ª fase da Lava Jato, batizada de Aletheia, que investigou Lula, o apartamento foi alvo de busca e apreensão. Informações obtidas a partir daquela operação foram usadas para justificar as ações da Mapa da Mina, fase deflagrada na última terça-feira (10), que tem Lulinha como principal alvo.
Apesar de ter comprado o imóvel, antes de escolher a planta do apartamento Suassuna mandou um email sobre o assunto a Lulinha. A PF suspeita que essa decisão tenha partido do filho de Lula.
Há suspeita também de que eletrodomésticos usados por Lulinha tenham sido comprados pelo dono do apartamento e também por Kalil e Fernando Bittar —que também é dono do sítio de Atibaia.
“Seguem os orçamentos dos produtos escolhidos pelo Fabio e esposa. Preciso transformá-los em pedido e negociar com você a forma de pagamento e desconto”, diz um email enviado a Kalil em outubro de 2013, acessado após busca e apreensão da PF.
Na residência foram periciados eletrodomésticos, como forno elétrico, refrigerador de quatro portas, adega climatizada, lavadora e secadora, refrigerador de cervejas, televisão e equipamentos de áudio e vídeo. À época, eles tinham custo de R$ 130 mil.
O imóvel é descrito pela PF como “um residencial de alto padrão” que “possui localização privilegiada, com predomínio de imóveis residenciais”.
Já o condomínio Hemisphere “possui ampla estrutura de lazer, dispondo de academia, lounge, quadra poliesportiva, piscinas coberta e descoberta, sala de recreação, dentre outros ambientes”.
Lulinha alugou o imóvel por R$ 15 mil mensais. A perícia da Receita diz que um imóvel similar na região, mobiliado, custava R$ 40 mil mensais.
O papel da inclusão social - MERVAL PEREIRA
A crise do Chile, ainda em progresso, foi surpreendente não apenas para as autoridades do país, mas para todos aqueles que apontavam a experiência democrática chilena como exemplar para o desenvolvimento econômico e social de seus pares regionais. Líder entre seus iguais, o Chile é o único membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) da região, que reúne os países democráticos mais desenvolvidos do mundo, situação a que Brasil e Argentina aspiram.
A inflação chilena está em torno de 2%, abaixo da meta prevista, a desigualdade de renda vem caindo desde o retorno à democracia em 1990, com o índice de Gini, que a mede, saindo de 0, 57 para 0,46 em 2017. O do Brasil ficou em 0,62 em março deste ano. Como o número mais próximo de 1 representa maior desigualdade, é possível notar que o Chile, embora seja muito desigual, mais que a Argentina e Uruguai, por exemplo, não é o pior da região.
O embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmidt, constata, no entanto, que bons indicadores econômicos já não são suficientes para os chilenos, que querem uma distribuição melhor da renda nacional. Não há, portanto, uma explicação única para o que está acontecendo no Chile, mas um conjunto de fatores que provoca o que o psicanalista Joel Birman classifica de crise psíquica causada pelo neoliberalismo econômico, categoria em que inclui até mesmo a sociedade chinesa.
As pessoas que não conseguem produzir dentro das exigências capitalistas se sentem alijadas socialmente. O modelo de capitalização previdenciária, que o ministro da Economia Paulo Guedes queria reproduzir no país, é uma das causas de insegurança quanto ao futuro que no momento atual chegou a um clímax, pois os baby boomers, geração nascida depois da Segunda Guerra Mundial, começam a se aposentar com o sistema privado de previdência.
Paradoxalmente, a saúde financeira do país e a queda dos juros criaram problemas novos. A longevidade, conseqüência do sucesso do desenvolvimento, provoca uma lacuna entre o que se consegue poupar durante o período ativo e o que se precisa para viver mais 20 anos depois de aposentar.
A taxa de desemprego é de cerca de 7%, mas, à semelhança nossa, cerca de 1/3 da força de trabalho é de empreendedores ou trabalha na informalidade. Mesmo entre os trabalhadores formais, muitos têm empregos intermitentes. E o desemprego entre os jovens e as mulheres é dos mais altos entre os países da OCDE.
Birman diz que o “empresário de si próprio” é uma característica da sociedade neoliberal, que exige produtividade do cidadão em troca de quase nenhuma segurança social. O embaixador chileno Fernando Schmidt chama a atenção para esse fator na crise chilena, lembrando que o governo já reconheceu falhas nos sistemas de proteção social, que serão revistos, e nos serviços públicos.
São os mesmos problemas que tivemos aqui, a partir das manifestações de 2013, ocasionadas também por um aumento do preço dos transportes públicos. Uma faísca que desencadeou manifestações das insatisfações latentes da população. Essa é uma situação social comum ao mundo atual.
Com o surgimento do “capitalismo de Estado”, capitaneado pela China, a relação direta entre democracia e capitalismo já não é mais uma variável tão absoluta quanto parecia nos anos 80 e 90 do século passado. A democracia está posta em xeque também pela desigualdade econômica exacerbada em países como o nosso. O relatório de 2018 do Latinobarômetro mostra que a percepção de retrocesso na região é a mais alta desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1995.
Apenas 20% dos latino-americanos acreditam que seus países estão progredindo, o que leva ao crescimento do número de cidadãos que se declaram indiferentes ao tipo de regime que governa seus países, a maior fonte que alimenta o surgimento de populismos.
Por outro lado, pesquisa, apresentada no Instituto Fernando Henrique Cardoso pelo francês Dominique Reynié, da Fundação para a Inovação Política (Fondapol), mostrou que a democracia é o regime preferido em 42 países pesquisados na sondagem internacional que ouviu 35.000 pessoas no estudo “Democracias sob Tensão”.
Mas é preciso crescimento econômico com inclusão social. (Amanhã, a força da democracia) o globo
Grupo Reijers inicia exportação para Holanda em janeiro de 2020
O crescimento de 300% estimado em despacho de flores e plantas entre o ano passado e 2019 fará com que o Grupo Rosas Reijers volte ao mercado internacional em janeiro do próximo ano ao enviar um milhão de hastes para a Europa, segundo afirmou o diretor Roberto Reijers. O grupo, o maior produtor do Ceará e segundo maior distribuidor do Brasil, tem desenvolvido a produção local, na Serra de São Benedito, e aposta no cenário internacional de câmbio favorável para voltar a exportar.
"O hub no aeroporto (de Fortaleza) vai facilitar muito a logística e ajudar a escoar a nossa produção para a Europa. O dólar também está nos ajudando. Então, eu creio que no ano que vem o cenário vai ser bem positivo", disse Roberto, ontem (13), em evento no Mercado das Flores. "Queremos fazer os primeiros embarques já no início do ano". A última carga da Reijers ao exterior foi há 10 anos.
A empresa espera fechar o ano de 2019 com um crescimento de 300% nos despachos de flores e plantas, em relação a 2018. E um crescimento de 25% no faturamento. Até esta semana, já foram enviadas 26.130 caixas enviadas, sobretudo, para destinos do Norte e Nordeste.
Além dos despachos, a produção de flores e plantas no Estado apresentou crescimento acima da média nacional. Nos últimos quatro anos, a produção brasileira avançou 8% enquanto no Ceará o incremento foi de 25%. "Claro que o hub ajudará nas exportações, mas já vem ajudando muito na distribuição no mercado interno", diz Roberto.
Gargalos
Apesar da melhora dos resultados e das expectativas, a escassez hídrica ainda é um dos principais gargalos para o setor da floricultura do Ceará. Além disso, o diretor diz que o elevado custo dos insumos e a carência de mão de obra qualificada estão entre os desafios para crescer.
"A carga tributária atrapalha e o investimento que precisamos fazer para compensar a falta de água pesa bastante. Somos um setor forte, que gera muitos empregos e oportunidades, mas não temos políticas públicas com foco em expandir a floricultura no Estado", diz o diretor. COM DIARIONORDESTE
Folha de pagamento ocupa 60% dos gastos municipais
As receitas para manter as prefeituras nem sempre são suficientes. Dados revelam que 62% das prefeituras do Ceará limitaram o funcionalismo público para fechar as contas deste ano, já que os gastos com folha de pagamento ocupam 60% da parcela de despesas dos gestores, informou a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em estudo divulgado ontem (13). Mas a política fiscal e econômica do Governo deve equilibrar os cofres, aponta Irineu Carvalho, consultor econômico da Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece).
Ao todo, são 305.324 colaboradores que trabalham nas prefeituras. "Desde 2012, os municípios estão tentando reduzir suas despesas, principalmente aquelas que requerem investimento de capital. São gastos com folha de pagamento, serviços prestados, insumos, manutenção de equipamentos públicos, além de investimentos na saúde e educação. No ano passado, os gastos foram maiores que a arrecadação nas principais localidades", explica Irineu.
Neste ano, a pesquisa também acrescentou que 54,7% dos gestores cearenses garantem que pagarão as contas de dezembro em dia. Carvalho afirma que a economia está em ritmo de crescimento com os estímulos feitos pelo Governo atual. "A nível de Brasil, a gente começa a melhorar com os ânimos de diversos setores, que estão começando a se desenvolver novamente. Na minha visão, a política econômica e fiscal do Governo está atraindo mais investimentos e arrecadação aos cofres municipais", pondera.
13º salário
Com isso, o 13º salário dos servidores será pago por meio de duas parcelas até 20 de dezembro em 64,1% das prefeituras do Ceará. Carvalho pondera que isso se deve às dificuldades dos municípios para quitar todos os gastos.
"A arrecadação do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) aumentou cerca de 10% acima da inflação, mas, mesmo assim, os gastos têm crescido. Quando chega no fim do ano, a receita não é suficiente para o próximo ano e, então, vamos para a questão dos Restos a Pagar (RAP), que inevitavelmente está acontecendo", diz.
Com isso, 66% das prefeituras apontaram que outros gastos de meses anteriores a este ano serão postergados para 2020 devido à falta de recursos suficientes. Em relação a atrasos, 59,8% das prefeituras confirmaram que os municípios estão com atraso no pagamento de fornecedores.
Direito
E os gastos relacionados à folha de pagamento de servidores, incluindo o 13° salário, também serão quitados com certa dificuldade, por meio de duas parcelas até o dia 20 de dezembro deste ano. O estudo da CNM sinaliza ainda que 98,3% das gestões municipais confirmaram que o aumento de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), vindo por meio de uma lei aprovada em 2014, ajudará no pagamento do direito.
Trabalhadores
De acordo com a pesquisa, a equipe das prefeituras é composta principalmente por funcionários públicos, seguidos dos que são regime CLT e outros cargos (estagiários ou comissionados). Para realizar a pesquisa, a CNM direcionou questionários a todas as regiões. Destas localidades, 116 das 184 prefeituras do Ceará responderam, totalizando 63,6% das cidades, formulado por dez perguntas relacionadas à administração dos cofres municipais. COM DIARIONORDESTE