Temer fez um 'desabafo', e não um 'apelo', avalia Eduardo Cunha
Dois dias depois de o vice-presidente Michel Temer apelar publicamente por união no país, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta sexta-feira (7) que, na opinião dele, a fala do articulador político do Palácio do Planalto era um "desabafo", e não um "apelo". O peemedebista viajou para Manaus para participar de compromissos no Comando Militar da Amazônia e no Centro de Instrução de Guerra na Selva.
Em uma entrevista no aeroporto da capital do Amazonas, Cunha afirmou que, para ele, a declaração do vice se deu em razão da "incapacidade" do governo de reverter uma iminente derrota na Câmara dos Deputados na sessão da última quarta-feira (5).
Na ocasião, depois de conversar com líderes da Câmara e do Senado, Temer declarou que a situação do Brasil é "grave" e fez um apelo para que “todos se dediquem a resolver os problemas do país”. O vice-presidente disse ainda que o Congresso Nacional é capaz de unificar o país.
“Tem que perguntar a ele, Michel, o que ele quis dizer quando fez o apelo. Eu interpretei mais como desabafo do que apelo, porque apelo ele teve momentos para fazer de forma concreta e em local apropriado. Eu tenho impressão que ele viu o clima daquele dia, que os líderes dos partidos estavam contra a proposta do governo, e, pela incapacidade de reverter o processo, fez o apelo", disse o presidente da Câmara a jornalistas em Manaus.