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Isolado, PT busca novo líder na Câmara

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Após dois anos liderada por Vicentinho (SP) e Sibá Machado (AC), deputados considerados por colegas da base – e até da oposição – como omissos e de atuação política fraca, a bancada do PT na Câmara busca um líder para 2016 com um perfil mais atuante, capaz de romper o isolamento do partido na Casa e disposto a desarmar a principal pauta-bomba do Legislativo neste ano: o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A liderança do partido na Câmara ficará a cargo da indicação da Mensagem ao Partido, corrente petista ligada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Disputam o posto Afonso Florence (BA), Paulo Pimenta (RS) e Reginaldo Lopes (MG). O novo líder será definido em fevereiro, no retorno do recesso parlamentar.

Florence é próximo do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e teria, agora, apoio da maioria da bancada. Semana passada, foram reveladas menções a Wagner e conversas entre o ministro e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, condenado na Operação Lava Jato. Os diálogos indicam que Wagner, ex-governador da Bahia, teria ajudado a OAS na liberação de recursos do governo federal e em negócios de fundos de pensão.

Florence se notabilizou por sua atuação na CPI da Petrobrás da Câmara e foi presença constante nas comissões mistas de análise de medidas provisórias no Congresso, principalmente as que trataram de temas econômicos caros ao governo. De perfil conciliador, o deputado baiano é visto por colegas de bancada como figura de bom trânsito nos demais partidos, o que ajudaria o PT a se reaproximar de aliados que andaram insatisfeitos com o partido, como PC do B, PDT e PSB.

“A tarefa posta é a unidade da bancada para superar o golpe, o impeachment que é a pauta-bomba. O ano de 2016 é para superar a crise política que contaminou a economia”, afirmou o parlamentar da Bahia.

Disputa. O adversário de Florence mais forte é Paulo Pimenta. Líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, o deputado comanda a Comissão de Direitos Humanos da Casa e se aproximou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De perfil mais explosivo, defende um consenso na bancada para a definição do líder sem eleição.

O perfil combativo de Pimenta agrada a ala petista “traumatizada” com a fraca atuação de Sibá em 2015, ano visto como o pior para o PT no Congresso. “Prefiro o Pimenta, que é mais ousado, mas o Florence também é bom”, disse um petista.

Já Reginaldo Lopes é considerado o azarão, que pode ocupar a função caso haja um impasse entre Pimenta e Florence. De comportamento discreto, é considerado um bom articulador, de atuação nos bastidores e, no melhor estilo mineiro, faz “pouco barulho”. “Pode ser uma alternativa se empacar entre os dois (Florence e Pimenta)”, disse um deputado.

Principal sigla da base aliada, o PT tem 59 deputados em exercício. Com as denúncias da Operação Lava Jato, o partido vive dias de isolamento no Congresso, muitas vezes abandonado em votações por partidos da própria base aliada, sem cargos na Mesa Diretora e sem poder de mando nas comissões mais expressivas da Casa.

Afonso Florence (BA)

Deputado baiano é próximo do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e teria, neste momento, apoio da maioria da bancada. De perfil conciliador, é considerado como figura de bom trânsito nas outras legendas, o que ajudaria o PT a se reaproximar de antigos aliados, como PC do B, PDT e PSB.

 
 

Paulo Pimenta (RS)

Líder do governo na Comissão Mista de Orçamento e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, se aproximou de Lula. Seu perfil combativo agrada a ala petista insatisfeita com a atuação “fraca” do ex-líder Sibá Machado (AC). Defende consenso na bancada para a definição do líder sem eleição.

 
 

Reginaldo Lopes (MG)

É considerado o azarão na disputa pela liderança do PT na Câmara. De atuação discreta, é considerado por colegas de bancada como um bom articulador, que trabalha nos bastidores e faz “pouco barulho”. O mineiro é visto como “alternativa” se houver um impasse entre Afonso Florence e Paulo Pimenta.

 
O ESTADO DE SP 

 

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