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PMDB contraria Temer e anima PT na Câmara

O PMDB, partido de Michel Temer, conseguiu uma proeza: lançou na sucessão interna da Câmara um candidato favorito a unificar o PT e as forças que fazem oposição ao governo. Entre todos os postulantes à poltrona de Eduardo Cunha, Marcelo Castro, o nome escolhido pela bancada do PMDB, é o mais problemático para a administração provisória de Temer.

Ex-ministro de Dilma Rousseff, adversário do impeachment, o candidato peemedebista constrangerá o Planalto se chegar ao segundo turno vitaminado pelos votos do petismo. Se prevalecer na disputa, hipótese menos provável, Castro será para o governo o outro nome de desastre. Atento à novidade, o PT se equipa para transformar o deputado numa oportunidade a ser aproveitada.

Num cenário de múltiplas candidaturas, o Planalto sonhava com a conversão do PMDB em fiel da balança na eleição de um presidente conveniente. Apostava sobretudo em Rogério Rosso (PSD), o preferido de Eduardo Cunha. Faltou combinar com os russos do PMDB. Dono da maior bancada da Câmara, o partido achou melhor levar um nome à cédula.

Marcelo Castro (PI) prevaleceu numa reunião esvaziada. Disputou com três rivais: Osmar Serraglio (PR) e Carlos Marun (MS), ambos simpáticos a Cunha, e Fábio Ramalho (MG), neutro. Houve dois turnos. No primeiro, compareceram apenas 44 dos 68 deputados do PMDB. Passaram Castro e Serraglio. No segundo round, o quórum era de 46 deputados. Castro bateu Serraglio por 28 votos a 18. Estima-se que, no plenário, o vitorioso arrastará algo entre 30 e 40 votos do PMDB. Com a ajuda do PT e Cia., pode chegar ao segundo turno.

Nessa hipótese, vai-se criar, uma situação sui generis: o Planalto pode ter de se mover para derrotar o candidato do partido do presidente da República. Sobretudo se do outro lado da disputa estiver Rogério Rosso (PSD), o nome preferido do governo e de Eduardo Cunha. Ou Rodrigo Maia (DEM), a segunda opção do Planalto. JOSIAS DE SOUZA

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