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Base de Dilma espera alcançar ao menos 30 votos contra impeachment

Diante de um cenário previsível de derrota, a base do governo trabalha, numa conta otimista, para tentar chegar a 30 votos dos 81 senadores contra o processo de impeachment de Dilma, enquanto a oposição trabalha com até 57 por sua abertura. Basta maioria simples dos presentes para que Dilma seja afastada por até 180 dias e julgada por crime de responsabilidade. Nas últimas 24 horas, senadores próximos ao Planalto não acreditavam em surpresa, ao contrário da votação na Câmara, em que havia na véspera esperança em salvar Dilma.

Levantamento feito pela Folha aponta que pelo menos 50 pretendem se manifestar pela admissibilidade.

Além de afastar a presidente, o placar desta quarta vai indicar a tendência para a fase final do processo, que exige 54 votos para que ela seja condenada e deixe o cargo definitivamente.

A própria presidente já declarou que são remotas as chances de retornar ao posto. "Se eu perder, estou fora do baralho", disse, em recente entrevista no Planalto.

Aliados da petista no Senado consideram que só uma catástrofe política e econômica de um governo de Michel Temer seria capaz de mudar o quadro no Senado e abrir espaço para uma volta dela.

A sessão deve começar às 9h. Cerca de 65 senadores devem discursar, além do relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), e do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer realizar a votação por painel eletrônico às 19h, mas espera-se atraso por causa de discursos e questionamentos.

Se a votação for concluída nesta noite, Dilma deve ser notificada na manhã desta quinta (12), quando então automaticamente se afasta. "Não quero colaborar com antecipação de etapa nenhuma", disse Renan, ao ser questionado sobre o futuro da presidente. O Senado decidirá a estrutura presidencial que ela poderá usar durante o período do processo.

Alvo do impeachment em 1992, o ex-presidente Fernando Collor, agora senador pelo PTC-AL, estará na votação desta quarta, mas ainda não revelou seu voto.

A petista é acusada de editar decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais". Sua defesa entende que não há elementos para o afastamento.

JUDICIALIZAÇÃO

Ciente do cenário político praticamente irreversível, o governo procura o caminho da judicialização do caso.

Nesta terça (10), a AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu ao STF(Supremo Tribunal Federal) pedindo, por meio de um mandado de segurança, a anulação do processo. O ministro Teori Zavascki vai relatar a ação.

Cardozo avisou que o mesmo deve ser feito após a votação dos senadores nesta quarta. "Até onde você vai [judicializar]? Até o fim", disse.

Um dos argumentos da AGU é o que chama de "desvio de poder" por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como presidente da Câmara, na ocasião em que aceitou o processo contra Dilma em 2015.

O ministro do STF Gilmar Mendes desconsiderou a ação do governo. "Ah, eles podem ir para o céu, o papa ou o diabo", disse.

Juízes do STF defendem a não interferência na decisão do Congresso sobre o tema. 

  Evaristo Sá - 3.mai.2016/AFP  
A presidente Dilma recebe a tocha olímpica em evento no Palácio do Planalto
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