BRASÍLIA - A bancada do PSD na Câmara oficializou a orientação de voto favorável ao impeachment. Pelas contas de deputados da sigla, dos 38 deputados que deverão votar no domingo, 30 já teriam se comprometido com essa posição e outros três estariam indecisos. Não haverá punição a quem votar contra. O ministro Gilberto Kassab (Cidades) ainda não anunciou se deixará o cargo diante da decisão da legenda, que complica ainda mais a situação da presidente.

— A bancada vai encaminhar pela admissibilidade, para que vá para o Senado, porém, respeitará os parlamentares que têm divergência — disse o líder da legenda, Rogério Rosso (DF), que presidiu a comissão do impeachment.

Kassab participou do início de reunião dos deputados pela manhã, e saiu sem falar com a imprensa. Sobre a possibilidade de o partido deixar o governo, Rosso diz que "os momentos são distintos". Ele afirma que não haverá qualquer cobrança para que Kassab saia do ministério.

— O ministro deixou claro a soberania da bancada e a bancada não cobra nada do ministro. Essa questão tem outras instâncias do partido — disse Rosso.

Deputados do PSD, porém, consideram a saída de Kassab como consequência. Afirmam que o ministro teria dito aos parlamentares que a decisão dos deputados seria a sua. Por isso, esperam que a entrega do cargo seja oficializada nas próximas horas. Mas, segundo o blog do colunista do GLOBO Jorge Bastos Moreno, Kassab deve permanecer junto a Dilma, por quem tem grande apreço.

Também nesta quarta-feira, o PTB anunciou que votará majoritariamente a favor do impeachment. Presidente do partido até amanhã, quando assumirá o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), a deputada Cristiane Brasil (RJ) disse que, dos 19 parlamentares da bancada do PTB, apenas 4 votarão com o governo.