A produção de leite no interior, segundo Granja, é realizada por famílias antigas, que se sustentam com a atividade e ainda mantém toda uma cadeia produtiva e de geração de empregos. “Se torna inviável o preço se mantiver o mesmo durante tantos anos, principalmente quando o preço de todos os outros produtos subiram”, apontou.

Segundo o parlamentar, é preciso estabelecer políticas e medidas que viabilizem a produção, pois ela mantém o homem no campo e evita seu êxodo para as grandes cidades e as questões que isso acarreta.

Ele pontuou três eixos por onde poderiam começar as discussões sobre o tema. O primeiro é a priorização do produto no mercado cearense. “Não se trata de barrar o que vem de outros estados e países, mas priorizar o que é produzido aqui, pois é aqui que estamos gerando emprego e renda”, defendeu.

Outro ponto seria o melhor aproveitamento do leite, em merendas escolares, creches, e em outros locais e atividades que se beneficiassem com seu consumo. O último eixo seria tratar dos impostos sobre a venda do produto e fazer com que a ração dos animais chegassem aos produtores com o menor preço.

“É uma atividade antiga, pela qual os jovens não se interessam, então temos que encontrar meios para que os trabalhadores que mantêm suas famílias no campo possam continuar vivendo com dignidade por meio do seu trabalho”, disse.

Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) sugeriu que a audiência fosse realizada durante o segundo expediente da sessão plenária, para que todos os parlamentares pudessem participar. “Precisamos valorizar esses trabalhadores, pois eles movimentam a economia do campo”, frisou.

O deputado Nizo Costa (PSB) elogiou o discurso de Antônio Granja e ressaltou a relevância da atividade para a economia do campo. A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) também colocou seu mandato à disposição para ajudar na questão.

O deputado Delegado Cavalcante (PSL) sugeriu traçar metas e objetivos, no sentido de elaborar políticas públicas para o setor. Já Romeu Aldigueri (PDT) propôs uma maior adesão das regiões produtoras ao Programa do Leite, por meio do qual, segundo ele, o produto poderá ser distribuído a todas as regiões do Estado.
PE/LF