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Guedes contra-atacou petistas com Lula e Dilma.

Bombardeado pela bancada do PT e seus satélites na Comissão de Justiça da Câmara, o ministro Paulo Guedes (Economia) contra-atacou com uma munição letal. Atirou contra a face dos rivais medidas adotadas ou negligenciadas ao longo dos governos de Lula e Dilma Rousseff. Sem balas para responder à altura, o petismo e seus congêneres oscilaram entre a gritaria e o silêncio. Guedes teve uma amostra do que estava por vir logo no início de sua exposição. Comparando a Previdência a um avião, o ministro declarou que, se os parlamentares embarcassem seus filhos no sistema atual, o destino seria um desastre análogo ao que já acontece em Estados quebrados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais.

 

Nesse ponto, o petista Paulo Texeira (SP) insinuou, com um grito, que a reforma de Guedes levaria a outro destino: "O Chile". Admirador do modelo de Previdência chileno, baseado no sistema de capitalização, Guedes respondeu de bate-pronto: "Acho que a Venezuela está melhor." A partir daí, sempre que fustigado, o ministro sacou sua munição petista.

 

Guedes recordou, a certa altura, que o esforço do atual governo para reformar a Previdência não é original. Lembrou que foi sob Lula que os servidores públicos perderam a aposentadoria integral. Recordou que, na gestão de Dilma, adotaram-se restrições que afetaram as mulheres e criou-se o regime de capitalização para complementar a aposentadoria dos servidores. Ministro da Previdência de Dilma, Carlos Gabas "foi lá nas pensões e cortou 50%", afirmou Guedes. "Eu devia apontar agora para quem fez isso e dizer que estavam fazendo crueldade com o povo brasileiro?", indagou o ministro. "Ou será que estavam reagindo a uma situação onde estava vindo uma explosão? Acabou havendo uma explosão

 

Os petistas esboçaram uma reação. Mas Guedes atalhou: "Parece que houve um impeachment por irresponsabilidade fiscal. Então, houve uma explosão financeira em algum momento. E parece que aconteceu muito mais coisa". Noutro instante, quando insinuaram que o ministro deveria cortar subsídios e benefícios tributários concedidos a grandes empresas, Guedes jogou "mais coisa" no ventilador: "Quem mais fez desoneração? Todos sabem quem foi", declarou, referindo-se às gestões de Lula e, sobretudo de Dilma. Guedes prosseguiu: "Quem é que fez a conta de subsídios no Brasil sair de 2% do PIB para 4% do PIB? Todo mundo sabe quem dobrou os subsídios no Brasil, quem cometeu a irresponsabilidade fiscal de dar dinheiro para campeão nacional, enriquecendo grupos próximos e coisas desse tipo. Todos nós sabemos. Ninguém é ingênuo."

 

Sem mencionar o nome de Bolsonaro, o ministro insinuou que o capitão chegou ao Planalto cavalgando a ruína petista: "É por isso que as eleições acontecem, por isso que os governos mudam de vez em quando." "A gente não pode ser superficial", declarou o ministro. "A eleição acabou há três meses. Não dá para apaixonar agora. Tem um governo que foi eleito. Agora, ele manda a proposta. É a função normal de um governo que entrou. E vocês avaliam. Tira uma coisa, bota outra. Rejeita tudo, não rejeita. Estamos fazendo o nosso trabalho.".

 

Bolsonaro costuma dizer que on único defeito do seu Posto Ipiranga é a falta de traquejo político. A reunião da Comissão de Justiça acabou em rififi. Mas comparado ao próprio Bolsonaro, que faz política distribuindo botinadas a esmo, Paulo Guedes teve um desempenho politicamente notável. Discutiu-se pouco, muito pouco, pouquíssimo a reforma da Previdência. Mas não foi por culpa do ministro. JOSIAS DE SOUZA

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