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Miller preparou material de reunião que, com áudio de Aécio, selou delação da JBS

Tu o dizes Marcello Miller organizou o material que, apresentado à PGR, selou a delação da JBS. A informação consta em registros feitos pelo ex-procurador. Em anotação sobre 27 de março de 2017, ele diz: “reunião Fernanda e preparação do material para reunião com o MPF”. Fernanda é Fernanda Tórtima, advogada que assina a colaboração dos Batistas. No dia seguinte, 28, Joesley entregou seu grampo com Aécio Neves (PSDB-MG) e firmou termo de confidencialidade com Rodrigo Janot.

Autogrampo A agenda de trabalho de Miller está em mensagens enviadas por ele à advogada Esther Flesch, que o levou para o escritório Trench Rossi Watanabe. Quando participou da reunião sobre a delação, ele ainda estava na PGR.

Bate o ponto Aécio foi grampeado por Joesley em 24 de março. Na conversa, pediu R$ 2 milhões ao empresário. Neste dia, Miller disse ter trabalhado 12h para a JBS. Naquele mês, quando ocorreu a maioria das gravações dos delatores, o ex-procurador registrou um total de 149,5 horas dedicadas ao grupo.

Nada consta “A defesa de Marcello Miller esclarece que ele não orientou pessoa nenhuma a fazer tais gravações, nem soube que elas seriam feitas”, disse a assessoria do ex-procurador em nota. “As atividades preparatórias de Miller no período não envolveram qualquer gravação”.

Do caos à lama O pedido para que as Forças Armadas atuem com mandados de busca coletivos preocupa quadros da PGR. A estratégia do Planalto de solicitar autorizações na Justiça do Estado foi chamada de “sub-reptícia”. Se a previsão estivesse no decreto da intervenção no Rio, haveria questionamento da constitucionalidade.

Onda, olha a onda Com a segurança pública no centro do debate eleitoral, governadores do Nordeste decidiram elaborar uma pauta única sobre o tema para levá-la a Michel Temer. Eles se reunirão em João Pessoa. A ideia é entregar ao presidente uma série de propostas para reduzir a criminalidade na região.

Jeitinho brasileiro Aliados do Planalto mais envolvidos com a reforma da Previdência querem pinçar trechos da proposta que possam ser aprovados por meio de projeto infraconstitucional e colocá-los em votação. Trabalham com a equipe econômica.

Foi-se Depois da intervenção no Rio, a cúpula do DEM dá como certa a candidatura de Michel Temer à reeleição. Ao se apropriar da pauta da segurança, dizem integrantes da sigla, o presidente abraçou parte importante do discurso de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Tudo é lucro Um ministro do governo define o que a intervenção no Rio significa para o presidente: “Só se perde o que se tem, não é? Se der certo, ele sai do corner. Se der errado, fica na mesma”.

Dia do fico Diante da possibilidade de o MDB ter candidato próprio, o Planalto vai patrocinar a permanência do senador Romero Jucá (RR) no comando do partido. A sigla desistiu de sua convenção nacional. Fará, na quarta (21), apenas uma reunião da Executiva para referendar a manutenção dele no posto.

Última que morre Em conversas com colegas do meio jurídico, advogados do ex-presidente Lula dizem ainda acreditar que a maioria do STF votará por conceder o habeas corpus a ele.

O cara? O outsider que desponta nas conversas sobre 2018 é Pedro Parente, presidente da Petrobras. Ele é visto como nome capaz de agradar parte do PSDB, do governo, do mercado e da mídia. Falta o principal: voto.

Deu pra ti O PTB vai indicar um novo nome para o ministério do Trabalho, substituindo Cristiane Brasil (RJ). Estão no páreo os deputados Sérgio Moraes (RS), Jorge Corte Leal (PE) e o ex-senador Wilson Santiago (PB).


TIROTEIO

Impressiona a ausência do Estado no Rio, agora sob ameaça não só do tráfico mas das ações pirotécnicas da intervenção federal.

DE RENATO SÉRGIO DE LIMA, do Fórum Brasileiro de Segurança, sobre a violência ter feito os Correios vetarem entregas em quase metade da capital.


CONTRAPONTO

Toda hora é hora

Enquanto integrantes da base aliada tentavam reunir quorum para a Câmara votar o decreto presidencial que estabelecerá a intervenção federal no Rio, nesta segunda (19), o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), conversava com um grupo de deputados na entrada do plenário.

De repente, ele avistou Beto Mansur (PRB-SP) e, sem pestanejar, gritou:

— Olha, chega de enrolação, hein, Beto? Nós queremos sua filiação já!

Meio sem graça, o vice-líder do governo na Câmara respondeu:

— Tá bom. Vamos conversar ainda hoje!

painel / FOLHA DE SP

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