Busque abaixo o que você precisa!

'Não se aboleta nem bichos do jeito que eu tenho visto', diz Cármen Lúcia sobre presídios do país

Em palestra na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), na manhã desta segunda-feira (19), a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, afirmou que a situação do sistema penitenciário brasileiro é de "uma gravidade desoladora".

"São 650 mil pessoas sem liberdade, mas também sem identificação clara. Não se aboleta nem bichos do jeito que eu tenho visto", afirmou Cármen Lúcia.

 

Durante o pronunciamento, manifestantes protestaram contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, erguendo cartazes que pediam a anulação do julgamento. Os manifestantes foram expulsos após o fim da palestra. Alguns começaram a gritar palavras de ordem para que o STF anulasse o julgamento do impeachment. Alguns espectadores vaiaram o protesto, mas Cârmen Lúcia não se abalou.

"O direito se manifesta na democracia. Eu vivi um tempo em que não se podiamos nos expressar. Estamos em um lugar onde podemos nos expressar livremente", destacou a presidente do STF.

A ministra participa do evento "Brasil para a paz", junto com o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Dom Orani Tempesta, e os desembargadores Milton Fernandes, presidente do Tribunal de Justiça do RJ, e Claudio de Mello Tavares, corregedor-geral de justiça. Também participaram das discussões a primeira-dama do RJ, Maria Lúcia Horta Jardim e outras autoridades da área jurídica.


Cartazes com críticas ao STF são exibidos durante o discurso da ministra Carmen Lúcia na Emerj (Foto: Cristina Boeckel/G1)

Cartazes com críticas ao STF são exibidos durante o discurso da ministra Carmen Lúcia na Emerj (Foto: Cristina Boeckel/G1)

Entre os tópicos do projeto estão o aperfeiçoamento de um banco nacional de mandados de prisão, em uma plataforma que possa ser acessada por todos os juízes do Brasil. Carmen Lúcia destacou também uma dívida do Estado com familiares de vítimas da violência, na qual os parentes seriam comunicados quando um mandado relacionado ao caso que acompanham fosse cumprido.

Outras propostas são a realização de um cadastro dos presos em mutirão, para que o país tenha estatísticas confiáveis sobre prisões; e a instalação de Associações de Proteção e Assistência aos Condenado (Apacs) para adolescentes, com o objetivo de evitar casos de reincidência. G1

A ministra destacou a importância do cuidado com a juventude. "Temos que dar prosseguimento às penas, mas sem que as pessoas fiquem marcas", explicou a presidente do STF.

O quarto item do projeto é a promoção da paz doméstica, com ações que observam o bem-estar das mulheres e a prevenção de situações desumanas também para as detentas que estão presas, como as proibições de algemar uma gestante durante o parto e de que crianças nasçam dentro de presídios.

Compartilhar Conteúdo

444