O pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, condenou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral a 14 anos e 2 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de pagamento de multa de R$ 528 mil, em processo da Operação Lava Jato. A progressão de regime só deve acontecer após a devolução das vantagens indevidas recebidas e o ex-governador deve aguardar o recurso encarcerado.

Nesta ação, Cabral era acusado de ter recebido R$ 2,7 milhões em dinheiro como uma “comissão” de 1% pelo contrato de terraplanagem do Comperj, obra da Petrobras. O pagamento foi solicitado pelo próprio governador em reunião no Palácio da Guanabara, em 2008.

Segundo o Ministério Público, os valores foram usados na compra de artigos de alto valor, como roupas de grife, móveis de luxo e blindagem de automóveis. O dinheiro pagou até vestidos de festa da ex-primeira-dama. Acusações de lavagem por meio da compra de joias são abordadas em outras ações penais.

Outros réus

No mesmo processo, foram condenados o então secretário do governo Cabral Wilson Carlos Carvalho e o sócio do ex-governador Carlos Emanuel Miranda. Moro absolveu a esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, por falta de provas de autoria e participação nos crimes. Mônica Carvalho, esposa de Wilson Carlos, foi absolvida pela mesma razão.

Wilson Carlos foi condenado a 10 anos e 8 meses por corrupção passiva e dois crimes de lavagem de dinheiro. Carlos Miranda, por sua vez, foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os ex-executivos da Construtora Andrade Gutierrez Clóvis Peixoto e Rogério Nora também são réus nesta ação penal, mas de acordo com os termos de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) tiveram o processo suspenso.

Cabral é réu em dez processos; neste e em mais um já foi condenado e pode recorrer.