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A MILIONÁRIA CONTA DE LULA E DILMA

Com efeitos tão devastadores para a política nacional como a delação premiada da Odebrecht, os executivos da JBS atingem em cheio os ex-presidentes petistas Lula e Dilma. Em seu depoimento, Joesley contou aos procuradores que acertou pessoalmente com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega a abertura de duas contas-correntes no exterior para ser abastecidas com propina aos ex-presidentes, paga pelos negócios bem-sucedidos do grupo.

“Você credita [na conta], vai ficar contigo, um dia se eu precisar eu te falo”, afirmou Mantega ao empresário durante uma reunião em 2009, segundo sua delação. Até então, Joes­ley não sabia se os recursos que estava depositando eram para Mantega ou para outro destinatário. Até que, na mudança do governo Lula para a gestão Dilma, Mantega lhe pediu que abrisse uma nova conta.

“Ele falou ‘essa conta aqui é a conta do Lula. Essa aqui, tem que abrir uma pra Dilma’. Eu perguntei ‘eles sabem disso?’ Não, sabem sim, eu falo tudo pra eles”, disse Mantega, segundo o dono da JBS. Joesley relatou que, antes de se reunir com Mantega, imprimia extratos das contas e entregava ao então ministro da Fazenda. “Ele dizia que ia mostrar pro Lula ou mostrar pra Dilma”, afirmou.

Os recursos milionários foram se acumulando até que, em 2014, na campanha à reeleição de Dilma, Mantega avisou que precisaria do dinheiro. Na ocasião, o saldo de ambas as contas totalizava cerca de US$ 150 milhões. A ordem dada ao empresário é que ele seria procurado pelo tesoureiro da campanha à reeleição, o petista Edinho Silva. Joesley, então, foi acionado para “comprar” o apoio dos partidos aliados à campanha.

Ele recebia solicitações de repasses para as legendas e designava seu diretor de relações institucionais, Ricardo Saud, para resolver o assunto. “Eu dizia ‘Ricardo ó, precisamos fazer isso, procura o Edinho’. Aí cada partido ia vindo e cada partido ia decidindo se queria por fora, por dentro, nota fria, dinheiro, caixa um, caixa dois, e aí eu já não participava muito mais”, relatou Joesley.

Os pagamentos foram debitados das duas contas, completamente esvaziadas para a campanha de reeleição de Dilma. Em nota, a defesa de Lula diz que as acusações decorrem de “supostos diálogos com terceiros que sequer foram comprovados”. Em nota, Dilma Rousseff afirmou que jamais tratou ou solicitou doações oficiais ou pagamentos ilegais a qualquer empresário. Também disse que nunca autorizou outras pessoas a manter conta no exterior em seu nome ou de terceiros. ÉPOCA

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